Diretor de ‘Elvis’ explica porque o filme é narrado por Tom Parker
O nome do filme Elvis poderia ter sido bem diferente
Já sabemos que o longa é narrado pelo Coronel Tom Parker, já que a narrativa do filme gira em torno dessa relação entre ele o cantor. Diante disso, Baz Luhrmann quase pôs o nome do filme de ‘O rei e o Coronel‘, porém desistiu pelo fato do cantor não gostar de ser chamado assim. Além disso, o nome Elvis é mais consolidado e atrai melhor o público.
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O filme estreou no dia 14 de julho e tem feito muito sucesso entre os fãs do cantor e do cinema. Quem dá vida ao Coronel é Tom Hanks, que tem uma ótima atuação, mesmo sob a pesada maquiagem prostética necessária para dar vida ao personagem.
Parker era o empresário de Elvis e, antes, teve uma carreira como produtor de parques de diversão. Não podemos confiar totalmente em Parker, pois ele é uma figura dúbia e misteriosa, isso nos deixa mais intrigado sobre o motivo pelo qual o diretor resolveu colocá-lo como narrador da trama. E ele explica:
“Você tem algum amigo que conta histórias de maneira confiável? Documentários são aparentemente a verdade e em geral trazem aquela narração típica. Mas daí a gente vê na internet como é fácil manipular as pessoas a acreditarem que algo é a verdade, quando não é. Eu acho que os dramas são mentiras contadas por alguém para chegar a uma verdade maior”, disse ele.
O filme já começa com Parker no hospital, negando ter arruinado a carreira do cantor e fazê-lo se viciar em remédios. Segundo Luhrmann, ele está dizendo que não é o vilão, que só cumpriu seu papel.
Na cena, Parker joga toda a responsabilidade da decadência do cantor nos fãs, inclusive, ainda diz que fez seu trabalho tão bem, que os fãs amavam o cantor. Tanto que Elvis só conseguia se sentir bem assim, sendo amado.
O diretor comparou a narrativa do filme com a de Amadeus, de 1984, que foi uma cinebiografia de Wolfgang Amadeus Mozart. Na produção, a história foi contada pelo ponto de vista de Antonio Salieri, que também era um grande artista, mas foi ofuscado por seu concorrente.
De acordo com Luhrmann, as duas histórias são sobre inveja. “Os dois tiveram infâncias muito complicadas, ambos tinham um buraco no peito e eram sonhadores. Parker queria ser grande. E Elvis, também”, disse ele.