Desvendando a origem do Oumuamua através da velocidade do corpo celeste

Descobertas recentes trazem mais informações sobre o misterioso corpo celeste.

Oumuamua, o misterioso objeto interestelar que passou pelo Sistema Solar em 2017, continua a intrigar os astrônomos. Sua natureza e origem permanecem um enigma, mas um novo estudo sugere que sua velocidade pode ser a chave para revelar informações importantes sobre sua composição e região de origem na Via Láctea.

Atualmente, conhecemos apenas dois objetos interestelares confirmados no Sistema Solar: Oumuamua e o cometa 2I/Borisov. Saber de onde esses objetos vieram e quais elementos químicos compõem suas estruturas é fundamental para entender melhor a formação e evolução de sistemas estelares além do nosso.

Fundamentos das composições

O estudo apresentado no National Astronomy Meeting, no Reino Unido, propõe usar a velocidade desses objetos interestelares para obter pistas sobre sua origem.

De acordo com a morfologia da Via Láctea, estrelas com maior quantidade de elementos pesados, como nosso Sol, estão localizadas no “disco fino” da galáxia. Já as estrelas com menor quantidade de elementos pesados estão no “disco espesso”.

Foto: Dotted zebra/Alamy Stock Photo/Reprodução

Os objetos interestelares, formados ao redor de outras estrelas e ejetados com a força gravitacional de planetas massivos, como Júpiter, possuem velocidades semelhantes às de suas estrelas-mãe em relação ao Sol. Mesmo após serem ejetados de seus sistemas estelares, eles continuam a fazer parte do “grupo móvel” de suas estrelas.

Segundo o estudo, existem muitos grupos móveis cruzando o caminho do Sistema Solar ao longo do tempo, e o Sol está em movimento em direção a esses grupos. Isso significa que objetos interestelares devem vir da direção do movimento do Sol em relação às estrelas vizinhas.

Os objetos interestelares detectados próximos a planetas como Júpiter e Marte, ou até mesmo próximos ao Sol, exibem velocidades mais baixas em relação à nossa estrela.

Essa característica sugere que seus grupos móveis estejam localizados no disco fino da Via Láctea, região onde há maior concentração de elementos pesados. Essas observações fornecem pistas valiosas sobre a origem e trajetória desses objetos no espaço interestelar.

Essa informação é crucial para deduzir as composições desses objetos interestelares. Elementos mais pesados, presentes no disco fino, podem restringir a formação de água, por exemplo. Portanto, a velocidade desses objetos pode nos fornecer pistas sobre a abundância de elementos pesados e leves em suas origens estelares.

Os astrônomos acreditam que o Sistema Solar é frequentemente visitado por objetos interestelares. Pequenos corpos são expulsos de seus sistemas estelares com tanta frequência que podem ser o tipo mais comum de objetos viajando pela galáxia.

O estudo de Hopkins e outros cientistas pode ser fundamental para desvendar os segredos desses objetos interestelares e sua importância para a compreensão da formação e evolução dos sistemas estelares em nossa galáxia.

Com a tecnologia em constante avanço, esperamos que observatórios como o Vera Rubin nos proporcionem mais informações sobre esses enigmáticos viajantes interestelares, ajudando-nos a desvendar os mistérios do cosmos.

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