Descoberta científica revela ecossistema intocado em região inexplorada do planeta!
Complexo de lagoas situadas na Argentina possuem formas de vida fascinantes. O lugar, por ser inóspito, nunca havia sido explorado.
Muitas pessoas acham que as descobertas científicas já estão saturadas e que atualmente não há mais nada de novo para ser desvendado. Mas isso é um tremendo engano!
Recentemente, um grupo de pesquisadores visitou um ecossistema perdido, cujas características podem explicar o começo da vida na Terra e em Marte. O planeta vermelho é citado, pois possui organismos bacterianos que vivem em sua superfície.
Logo, esse achado tão precioso foi anunciado no dia 11 de dezembro (segunda-feira) durante uma reunião da União Geofísica Americana, realizada em São Francisco, nos EUA.
O ambiente analisado se trata de um sistema de lagoas localizadas em enormes planícies de sal, no deserto de Puna de Atacama, no país sul-americano da Argentina.
Seu nível de elevação fica a mais de 3,6 km acima do mar e é considerado um dos lugares mais secos do planeta.
Como a exploração ocorreu
Colônias de estromatólitos no fundo da lagoa – Imagem: Brian Hynek/Reprodução
As lagoas abrigam grandes comunidades de micróbios e demais micro-organismos que se organizam de forma bastante complexa.
Tais colônias receberam o nome de estromatólitos e formam montes de rocha gigantescos, à medida que se desenvolvem.
Brian Hynek, geólogo da Universidade do Colorado em Boulder, pôde observar que tais estruturas podem ser semelhantes às que existiram em um passado remoto, durante o período Arqueano Antigo, em que quase não havia oxigênio em nossa atmosfera.
“Esta lagoa pode ser um dos melhores exemplos modernos dos primeiros sinais de vida na Terra”, disse ele. “É algo que eu nunca vi, realmente, algo que nenhum cientista jamais encontrou”, conclui o pesquisador.
O cientista já visitou inúmeros lugares ao longo de sua carreira e esteve em alguns dos ecossistemas mais inóspitos da Terra, onde buscava entender como a vida pode vingar em luas e planetas alienígenas.
No mês de abril de 2022, uma colega chamada Maria Farías o levou para estudar as lagoas argentinas.
A acadêmica, além de microbiologista, também é uma das fundadoras da PUNABIO SA Environmental Consulting, uma importante organização destinada a este tipo de estudo.
Mas chegar lá não foi nada fácil, e o trajeto levou em torno de 9 horas, por meio de estradas de terra pura.
Os estudiosos foram obrigados a se hospedar em um vilarejo com uma população de 35 moradores, que dependiam de apenas uma fonte de água para sobreviver.
Na sua última noite no local, o profissional analisou algumas imagens de satélite do deserto e então notou a rede de lagoas, o que despertou a sua curiosidade.
Desse modo, ele e Farías dirigiram até lá, mas tiveram de percorrer parte do caminho a pé, sob um sol inclemente e ininterrupto, além de ter os joelhos afundados em lama salgada, em pontos de passagem mais difíceis.
Ao chegarem no seu destino, os pesquisadores notaram os montes verdes enormes que posteriormente seriam chamados de estromatólitos.
Aquilo era diferente de tudo o que ambos já haviam testemunhado e eles nem imaginavam que estavam diante de um ecossistema extremamente complexo.
Essas comunidades microbianas eram muito mais parecidas com as que existiam no período Arqueano e eram bem maiores do que as atuais.
Os minerais se precipitavam ao seu redor, devido aos micro-organismos puxarem cálcio e dióxido de carbono (CO2) de maneira ativa na água circundante.
“Se a vida evoluiu em Marte ao nível de fósseis, teria sido assim”, disse Hynek.
Logo, eles acreditam firmemente que os estromatólitos são capazes de explicar como ocorreu o surgimento da vida em Marte, há bilhões de anos, quando a grande esfera ainda se desenvolvia.