Delírio a dois: o que é o transtorno mental presente no filme 'Coringa'?

Personagens de Lady Gaga e Joaquin Phoenix compartilham do mesmo delírio. Eles vivem juntos em uma realidade paralela.

O trailer do filme ‘Coringa: Delírio a Dois’ foi divulgado na última semana e aumentou ainda mais as expectativas em torno da produção estrelada por Joaquin Phoenix (Coringa) e Lady Gaga (Harley Quinn).

Além das novas imagens, chamou a atenção do público o nome dado ao filme. Muitos fãs da franquia começaram a pesquisar uma possível explicação ou o que vem a ser o tal ‘delírio a dois’.

Esse é um termo que encontra explicação na psiquiatria. De acordo com o Indian Journal of Psychiatry, delírio a dois é um transtorno mental que afeta, de maneira similar, duas ou mais pessoas próximas ao mesmo tempo. Em geral, elas fazem parte da mesma família.

Características do delírio a dois

Lady Gaga e Joaquin Phoenix em ‘Coringa 2’ – Foto: Reprodução

O transtorno se caracteriza por sintomas como delírios paranoicos que podem ser transmitidos de uma pessoa para outra. Elas passam a compartilhar dos mesmos sentimentos e ideias.

As pessoas que compartilham o transtorno costumam viver em uma realidade paralela e mútua, com sentimentos de incerteza, medo e sempre no limite entre a vida e a morte.

Não à toa, o delírio a dois tem um grande poder sobre as atitudes de quem o possui.

Isso explica, por exemplo, o fato de ele estar associado, com frequência, a comportamentos criminosos. Em geral, o diagnóstico só é descoberto depois de cometido o crime.

Em entrevista à CNN, a criadora de perfis criminais Laura Quiñones Urquiza explicou que o delírio a dois nem sempre acomete duas pessoas com doenças mentais e, tampouco, é algo permanente.

“Pode haver episódios agudos que desaparecem após o tratamento. E pode ser transmitido de uma pessoa para outra que não tem doença mental, mas é suscetível à sugestão”, expôs ela.

Crimes expostos e descarados

Outra característica de criminosos com delírio a dois é que eles não fazem questão de esconder o que fizeram. Além disso, eles sequer tentam fugir da polícia.

Segundo Urquiza, o que acontece com frequência, nesses casos, é que eles procuram sempre justificar o crime de forma patológica, indicando alucinações e delírios.

“A maioria dos pacientes com delírio a dois necessita de múltiplos tratamentos que incluem separação, antipsicóticos, psicoterapia individual e de grupo e terapia familiar”, aponta Urquiza.

Com informações da CNN.

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