Cuidado ao consumir: 8 coisas aparentemente comuns que podem ser fatais

A maioria das pessoas acredita que drogas e álcool são as únicas substâncias capazes de causar uma overdose no corpo humano, mas a história não é bem assim.

E se a gente dissesse que alguns insumos básicos, como alimentos e bebidas que você costuma consumir em seu dia a dia, também podem lhe causar um grande mal?

Nem todo mundo sabe, mas mesmo alimentos considerados saudáveis ou os mais gordurosos podem ser tóxicos e provocar problemas graves de saúde.

Confira, a seguir, uma lista com oito alimentos que podem provocar um quadro de overdose.

Imagem: FreePik

1. Vitamina D

Depois de se consultar com um nutricionista, um britânico passou a ingerir cerca de 150 mil unidades internacionais (UI) de vitamina D por dia, o que excedia em 375 vezes a dose recomendada, conforme relatado em um estudo de caso publicado na BMJ e divulgado pela CNN.

Em um mês, o paciente começou a sentir sintomas como náuseas, desconforto abdominal, diarreia e vômitos, juntamente com cãibras nas pernas e um zumbido nos ouvidos.

Uma vez que a vitamina D não é solúvel em água, o organismo não consegue eliminá-la facilmente, levando ao acúmulo de quantidades excessivas em células hepáticas e de gordura, onde ela é armazenada até que seja necessária.

Em razão disso, o consumo dessa vitamina em excesso, muito acima da dose diária recomendada, pode resultar em níveis tóxicos, culminando em uma condição conhecida como hipervitaminose D.

2. Água

A água é essencial para nossa sobrevivência e para o funcionamento adequado do nosso organismo. No entanto, ingerir quantidades excessivas de água em um curto espaço de tempo pode, de fato, resultar em intoxicação por água, também conhecida como hidratação excessiva ou hiperidratação.

Existem registros de casos documentados, muitos associados a competições de consumo excessivo de água, nos quais a ingestão desproporcional de água leva à diluição da concentração de sódio no sangue, resultando em um desequilíbrio de eletrólitos que pode ser fatal.

Acredita-se que, aproximadamente, 14 indivíduos tenham falecido devido a essa condição. Atletas de resistência, como corredores de maratona, são particularmente os que mais entram em risco.

O consumo excessivo de água também pode levar à hiponatremia, uma condição em que os níveis de sódio no corpo ficam excessivamente diluídos, levando ao inchaço das células.

Esse inchaço, por sua vez, pode desencadear uma série de problemas de saúde, desde sintomas leves até complicações potencialmente fatais.

3. Cenoura

Embora as cenouras estejam repletas de uma variedade de nutrientes benéficos, como vitaminas, minerais e fibras, elas também são ricas em betacaroteno, a molécula responsável por dar a cor laranja característica às cenouras.

Apesar de parecer um mito criado para deixar as pessoas preocupadas, consumir uma quantidade excessiva desse vegetal pode, na verdade, resultar em uma tonalidade amarelada ou alaranjada da pele, devido ao acúmulo de betacaroteno.

A condição é conhecida como carotenemia e ocorre devido ao excesso de moléculas de caroteno no sangue, que tendem a se acumular na camada mais superficial da pele, resultando em uma alteração na coloração.

Para desenvolver essa condição, a pessoa precisaria consumir meia xícara de cenoura picada diariamente durante meses ou ingerir grandes quantidades de suplementos orais de caroteno.

Apesar de parecer impossível, segundo um relato de caso publicado no The Journal of Dermatology, isso aconteceu em 2006, com uma mulher de 66 anos.

4. Café

O café é uma bebida que tem sido objeto de debate desde sempre, com argumentos a favor e contra. É correto dizer que o consumo excessivo de café pode ter consequências negativas, principalmente devido à cafeína, que, em excesso, pode aumentar o risco de problemas como ataques cardíacos.

No entanto, é importante esclarecer que a maioria das pessoas não consome 70 xícaras de café de uma só vez. Para a maioria dos indivíduos, consumir café de forma moderada e dentro dos limites saudáveis não representa uma ameaça à saúde. É essencial manter um equilíbrio e evitar o consumo excessivo de cafeína.

A recomendação geral é manter o consumo de cafeína abaixo de 600 miligramas por dia. Consumir quantidades superiores a essa não é necessariamente fatal, mas pode levar a efeitos colaterais adversos, como insônia, inquietação, náuseas, arritmias cardíacas, tremores musculares, ansiedade e dores de cabeça.

5. Sushi de atum

Consumir uma quantidade excessiva de atum cru pode resultar em graves complicações neurológicas devido aos elevados teores de mercúrio.

O atum, em particular, é um peixe maior, que tende a acumular níveis mais significativos de metilmercúrio em sua carne devido ao seu hábito de se alimentar de peixes menores ao longo de sua vida.

Determinar uma quantidade precisa de atum considerada excessiva é desafiador, uma vez que os níveis de mercúrio podem variar de um peixe para outro.

No entanto, para garantir a segurança, é aconselhável limitar o consumo de atum a uma porção por semana. No caso de crianças pequenas e mulheres grávidas, é recomendável evitar completamente o consumo de atum.

6. Sal

O sódio desempenha um papel fundamental na execução de diversas funções corporais, no entanto, um excesso dessa substância pode resultar em um processo conhecido como hipernatremia, que é o oposto da hiponatremia. Isso pode causar uma desidratação severa das células e, em casos graves, levar a convulsões, coma e, em situações extremas, até mesmo à morte.

Em um caso notório ocorrido em 2013, um jovem que aceitou o desafio de seus amigos para consumir um litro de molho de soja acabou entrando em coma e correndo risco de morte devido ao excesso de sal presente no molho.

7. Chocolate

Embora seja necessário consumir uma quantidade significativa de chocolate (mais de 80 barras de tamanho real), é possível ter uma overdose de chocolate devido à presença de teobromina, o mesmo composto químico que torna o chocolate potencialmente fatal para cães.

Os efeitos colaterais da teobromina podem abranger arritmias cardíacas, hemorragias internas, convulsões e, em casos extremos, podem levar à morte.

8. Sementes de maçã

Os boatos são verídicos: as sementes de maçã podem ser tóxicas. Contudo, para que se torne mortal, uma quantidade considerável delas deve ser ingerida de uma maneira específica. De acordo com a enciclopédia Britannica, as sementes de maçã contêm amigdalina, uma substância composta por cianeto e açúcar.

Quando essa substância é metabolizada e se decompõe no sistema digestivo, ela se transforma em cianeto de hidrogênio (HCN), que é altamente venenoso e pode ser letal, causando efeitos quase imediatos, mas é importante enfatizar que é preciso ingerir uma quantidade significativa para que isso ocorra.

Felizmente, a amigdalina só se torna acessível se as sementes forem de fato esmagadas ou mastigadas. Além disso, o corpo humano tem a capacidade de processar o cianeto de hidrogênio (HCN) em pequenas quantidades.

Seria necessário ingerir entre 150 e várias milhares de sementes esmagadas (dependendo da variedade da maçã) para que alguém corresse o risco de envenenamento por cianeto, vale ressaltar que uma maçã comum contém apenas de cinco a oito sementes.