CPF e privacidade: número de sua identidade revela o local onde você mora? Saiba como ele é atribuído

O Cadastro de Pessoa Física guarda consigo muitas informações dos indivíduos do Brasil, mas ele pode revelar onde alguém mora? Como os números são definidos? Saiba mais!

Embora existam diversos fatores que caracterizam as pessoas e as diferenciam umas das outras, tais como o nome, aspectos físicos ou comportamentais, para os órgãos públicos, essa identificação é feita a partir de um número de documento.

No Brasil, o Cadastro de Pessoa Física, ou CPF, é o nome dado ao documento composto por uma série de onze números atribuídos a cada pessoa. Por meio dele, é possível abrir contas, acessar serviços e fazer cadastros, fornecendo uma série de informações acerca de cada brasileiro.

Por isso, existem dúvidas quanto à segurança do CPF, que pode revelar dados que, às vezes, comprometem as pessoas. Mas será que o número cadastral dos brasileiros pode expor também seus endereços para qualquer um?

CPF pode revelar a localização de sua residência?

Foto: Receita Federal/Reprodução

Primeiramente, é importante definir o CPF como um meio de identificação indispensável para os indivíduos e órgãos públicos. A Receita Federal é responsável por associar cada habitante a uma inscrição distinta.

Com esse número, o governo consegue realizar levantamentos e pesquisas, utilizando os dados para o conhecimento estratégico e a implementação de políticas sociais e econômicas para a população.

Uma coisa que poucos sabem é que o CPF possui nove dígitos decimais de identificação e dois dígitos verificadores, cada um com seu significado, sendo um deles capaz de informar a região de sua moradia.

Na verdade, o local indicado não é exato e apenas mostra o estado do país onde a pessoa fez seu documento. Ou seja, caso o indivíduo se mude, não há como saber o local exato de sua casa. O número que indica isso é o nono dígito do cadastro, que varia de 0 a 9, sendo distribuído da seguinte forma:

  • 0 – Rio Grande do Sul;
  • 1 – Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins;
  • 2 – Acre, Amapá, Rondônia, Amazonas, Pará e Roraima;
  • 3 – Maranhão, Ceará e Piauí;
  • 4 – Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco;
  • 5 – Sergipe e Bahia;
  • 6 – Minas Gerais;
  • 7 – Rio de Janeiro e Espírito Santo;
  • 8 – São Paulo;
  • 9 – Santa Catarina e Paraná.

Assim, uma pessoa nascida em São Paulo, por exemplo, terá o nono dígito do CPF sendo o número “8”. Vale ressaltar que este número não está disponível para alterações, ou seja, embora uma pessoa possa mudar seu nome de nascimento, o número do Cadastro de Pessoa Física permanecerá o mesmo.

Significado dos outros números do CPF

Além da informação contida no nono dígito do código de identificação, os outros elementos também são projetados de forma a diferenciar cada pessoa.

Os oito primeiros componentes são gerados aleatoriamente e respeitam o número-base que a própria Receita Federal fornece. Já o referido nono dígito, como mencionado, se trata do local de nascimento ou realização de cadastro, enquanto os dois últimos são conhecidos como dígitos verificadores.

Dígitos verificadores e segurança pública

O décimo e o décimo primeiro elementos são verificadores da validade de um CPF. São eles que garantem a veracidade da identificação, quando buscados no banco de dados do governo.

Eles são atribuídos por meio de uma lógica matemática complexa, que envolve a multiplicação de cada componente e uma divisão pelo número total de elementos, que é onze.

É importante lembrar que o CPF é um cadastro particular e deve ser mantido com o máximo de privacidade possível, pois pode ser usado em diversos golpes. Por isso, as empresas e órgãos públicos têm o dever de garantir a individualidade de cada registro, sem divulgá-los ou usá-los indiscriminadamente.

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