Com ajuda de Peter Jackson, mais um animal pode entrar em desextinção
Colossal Biosciences avança na desextinção do moa gigante com investimento de US$ 15 milhões e colaboração neozelandesa.
A proposta de ressuscitar espécies extintas ganha força com o anúncio da Colossal Biosciences. A empresa, que já colocou em prática a desextinção do lobo-terrível, agora mira na recriação da moa gigante, ave extinta há cerca de 600 anos.
Essas aves, que um dia dominaram a Nova Zelândia, poderiam voltar a pisar no planeta. Com mais de três metros de altura, tais criaturas desapareceram após a chegada dos humanos à região.
Imagem: Reprodução/Christopher Klee/Colossal Biosciences
Investimento milionário e colaboração internacional
Para concretizar essa visão, a Colossal Biosciences arrecadou mais de US$ 15 milhões, investimento liderado por Peter Jackson. O renomado diretor é famoso pela saga “O Senhor dos Anéis” e também um entusiasta da história da moa, tendo contribuído com sua coleção de ossos.
O projeto conta com a parceria do Centro de Pesquisa Ngāi Tahu da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia. O objetivo é coletar DNA de fósseis para editar genes de parentes vivos, como a ema, em um complexo processo de engenharia genética.
Histórico da moa gigante
As moas, divididas em nove espécies, eram aves não voadoras endêmicas da Nova Zelândia. Entre elas, destacavam-se a Dinornis robustus e a Dinornis novaezelandiae, que atingiam 3,6 metros com o pescoço estendido e pesavam 230 kg.
Esses herbívoros sem asas se alimentavam de árvores e arbustos. Sua extinção é atribuída à chegada dos humanos, que alteraram seu habitat drasticamente, levando ao seu desaparecimento completo.
Críticas e desafios enfrentados
A iniciativa, no entanto, enfrenta resistência. Especialistas argumentam que o foco recente na desextinção pode desviar a atenção de problemas urgentes, como a conservação de espécies atualmente ameaçadas.
A própria Nova Zelândia enfrenta desafios de biodiversidade. Um relatório recente apontou que mais de 75% das espécies nativas de répteis, aves, morcegos e peixes de água doce que vivem no país estão ameaçadas ou em risco de extinção.
Ainda assim, o projeto avança, prometendo trazer de volta uma das maiores aves que já existiram em um prazo de cinco a dez anos. As aves geneticamente modificadas serão incubadas e liberadas em áreas controladas.