Cérebro mais antigo do mundo é encontrado na China

Pesquisas referentes à evolução dos artrópodes poderá ser realizada após terem encontrado o cérebro mais antigo do mundo. Saiba mais!

Uma grande novidade surgiu na China e poderá contribuir consideravelmente para o estudo da evolução dos artrópodes. Isso porque pesquisadores da Universidade do Arizona, junto aos cientistas do King’s College London, acharam, ao que tudo indica, o cérebro fossilizado mais antigo do mundo.

A parte do corpo corresponderia à de um animal chamado Cardiodictyon catenulum, o qual já havia sido encontrado em meados dos anos 1980 em território chinês, mais especificamente na província chinesa de Yunnan.

Muitos acreditam que ele possa ser um dos ancestrais dos artrópodes, grupo responsável por representar insetos, aracnídeos e crustáceos.

Entretanto, quando encontraram o fóssil, ainda não se cogitava a ideia de que cérebros fossilizavam, pelo contrário, essa ideia não era aceita pelos cientistas.

Conforme mencionado pelo neurocientista evolutivo do King’s College London e coautor do estudo, Frank Hirth, em nenhum momento foi pensada pelo grupo a ideia de tentar achar alguma parte do cérebro.

Em razão disso, foi preciso esperar mais de 40 anos para que os cientistas compreendessem que poderia existir esse material no C. catenulum. O fóssil apenas ganhou nova análise devido a algumas informações descobertas sobre fósseis parecidos que pertenciam ao mesmo período.

Nessa nova análise, não houve a possibilidade de realizar uma radiografia da amostra porque ela possui apenas 1,5 cm de comprimento. Embora isso não tenha sido feito, os pesquisadores realizaram a aplicação de uma técnica de digitalizar imagens em alta resolução.

“Até onde sabemos, este é o cérebro fossilizado mais antigo que conhecemos, até agora”, disse o neurobiólogo da Universidade do Arizona em Tucson e autor principal do estudo, Nicholas Strausfeld.

Compreendendo a evolução dos artrópodes

Fonte: Nicholas Strausfeld/Universidade do Arizona

Por incrível que parecer, após as análises, o que mais deixou todos admirados não foi o cérebro fossilizado, e sim o crânio. No cenário atual, os artrópodes têm o corpo dividido, o que se leva em consideração até mesmo para caracterizá-los.

Mas não é assim com o C. catenulum, pois não há divisão entre a cabeça e o cérebro, ou seja, isso nos mostra que não se separavam em várias partes. Já a outra parte do corpo da criatura seguia o padrão básico.

Porém, após descobrir tudo isso, a informação simplesmente jogou por terra um século de pesquisa e compreensão sobre esse filo de animais.

O restante desses animais encontrados após milhares de anos também apresentam cérebros segmentados.

Na visão dos pesquisadores, os cérebros e as cabeças separados que vemos nos artrópodes hoje em dia podem ter desenvolvido o sistema nervoso, resultando na criação da primeira divisão.

Embora haja novidades a respeito disso, o C. catenulum possui características-chave com os demais cérebros de artrópodes modernos. Diante disso, houve a constatação de que a estrutura básica do órgão não teve mudanças drásticas, pelo menos não nos últimos meio bilhão de anos.

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