Linha Direta: justiça permite exibição do episódio sobre o caso Henry Borel

A 2ª Vara Criminal do Rio havia suspendido a veiculação do caso.

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No último dia 18, o Linha Direta transmitiu uma edição que cobria o caso Henry Borel, que aconteceu em março de 2021. Mas a transmissão do caso foi conflitante. Segundo a 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, a exibição seria “contrária ao interesse público”, porque poderia afetar a imparcialidade do júri popular que está para ser marcado.

No entanto, a emissora entrou com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF), sob o respaldo da liberdade de imprensa. Ao final, o ministro Gilmar Mendes, que analisou o caso, decidiu pela liberação da transmissão do caso.

Sobre o caso Henry Borel

Não é à toa que o caso Henry Borel foi foco do Linha Direta. O caso, ainda recente, choca. Na madrugada de 8 de março de 2021, o menino Henry Borel, de 4 anos, recebeu atendimento num hospital particular do Rio de Janeiro.

Na ocasião, os médicos que prestaram atendimento repararam com estranheza as lesões na criança e o comportamento da mãe e do padrasto que o levaram até o local. Apesar do socorro, a criança não resistiu e veio a óbito.

O laudo da necrópsia do Instituto Médico-Legal (IML) atesta que a criança morreu em consequência de hemorragia interna por laceração hepática por ação contundente.

De acordo com a linguagem de Traumatologia Forense, “ação contundente” descreve um ferimento de contusão, geralmente causado por superfícies planas, como taco de beisebol, tijolo ou pedra. Ao todo, a criança apresentou 23 lesões no corpo.

As investigações constataram que, na noite do ocorrido, antes de ser levado de casa, ele estava acompanhado somente pelo casal no apartamento. Imagens do circuito interno do condomínio mostram quando os três saíram de casa.

Poucos dias depois da morte de Henry Borel, a Justiça decretou a prisão preventiva da mãe, Monique Medeiros, e do padrasto, dr. Jairinho, que à época do crime era vereador do Rio. O padrasto acabou cassado e continua preso, enquanto a mãe foi solta no ano passado.

Dr. Jairinho alega que a criança se lesionou sozinha enquanto dormia no seu quarto. No início, Monique sustentava a mesma versão, mas depois sua defesa passou a declarar que Henry havia sido vítima de Jairo, de quem sofria abusos. Ambos negam o crime.

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