Atores de filme clássico processam a Paramount por abuso infantil

“Romeu e Julieta”, dirigido por Franco Zeffirelli no final dos anos de 1960, está de volta aos holofotes, porém a atenção que a produção da Paramount+ está recebendo, hoje, não é sobre o filme ser bom, ou ruim, mas porque seus atores principais decidiram ir à justiça, devido a uma cena de nudez. 

Ao que tudo indica, Olivia Hussey e Leonard Whiting estão determinados a ir em frente com o processo contra a Paramount+. Eles alegam firmemente que a exibição da cena em que ambos os atores – na época adolescentes – aparecem nus foi um ato de abuso infantil.

As informações revelam que ambos estão solicitando US$ 500 milhões de indenização ao estúdio, valor equivalente a R$ 2,5 bilhões.

Indo mais a fundo na história

O alvoroço ligado ao filme não é atual, pois, embora o longa-metragem tenha sido alvo de grande admiração do público, ele também passou a receber duras críticas na época, tudo graças a uma cena em que os seios de Hussey ficam à mostra, bem como as nádegas de Whiting.

Porém, hoje em dia, os atores se encontram com, aproximadamente, 70 anos, e dispostos a levar o processo adiante, pois afirmam que, ao longo dos 55 anos, acabaram sendo alvos de sofrimento emocional intenso, uma vez que foram rejeitados por várias companhias devido à cena polêmica de nudez.

Segundo os fatos, naquele momento, os atores principais tinham entre 15 e 16 anos e haviam sido garantidos pelo diretor do filme de que nada impróprio iria ser mostrado e de que haveria certa proteção para impedir que qualquer vazamento ocorresse.

Surpreendentemente, o diretor começou a mudar de ideia e a pedir que ambos ficassem completamente sem roupa, se não isso faria o filme ser odiado por todos e não alcançaria o sucesso merecido.

Mas, como sabemos, as coisas não acabaram desse jeito. Então, decidiram tomar a iniciativa de abrir o processo agora, no dia 30 de dezembro de 2022, após 55 anos da exibição do filme.

Leia um trecho mencionado pelo representante dos atores:

“O que eles ouviram e o que aconteceu foram duas coisas diferentes. Eles confiavam em Franco [diretor]. Aos 16, como atores, eles assumiram que ele não violaria a confiança que eles tinham. Franco era amigo deles, e, francamente, aos 16 anos, o que eles fariam? Não havia opções. Não havia #MeToo.”

O advogado de ambos também acrescentou o seguinte:

“Imagens de menores nus são ilegais e não devem ser exibidas. Eles eram muito jovens e ingênuos nos anos de 1960, não entendiam o que estava prestes a atingi-los. De repente, ficaram famosos em um nível que nunca esperaram, além disso, foram violados de uma forma que não sabiam como lidar.”

Até o momento, não houve nenhum pronunciamento por parte da Paramount+.