Equipe de astrobiólogos treina inteligência artificial para encontrar vida em Marte
Cientistas já usam tecnologia para procurar por sinais de vida em desertos chilenos.
Encontrar vida fora do nosso planeta talvez seja a façanha que muitos cientistas mais desejam contemplar. Porém, é claro que as dificuldades para o ser humano encontrar qualquer vestígio de vida são grandes.
Existem várias razões pelas quais ainda não encontramos vida em Marte. Uma das principais é que este é um planeta bastante hostil, com condições extremas, como temperaturas abaixo de zero, baixa pressão atmosférica e alta radiação.
Essas condições difíceis não ajudam na sobrevivência de qualquer forma de vida, tal como nós a conhecemos.
Outro fator importante é que as missões espaciais até agora enviadas a Marte não tiveram como objetivo principal buscar vida, mas sim estudar o planeta em si e buscar evidências de que ele possa ter tido condições propícias à vida no passado.
Essas missões incluem o rover Curiosity e a sonda Perseverance, que está explorando a superfície de Marte em busca de sinais de vida passados.
É claro que ainda há muitas coisas que não sabemos sobre a natureza da vida e as condições necessárias para que ela surja e se desenvolva. Portanto, mesmo que exista vida em Marte, ainda não sabemos exatamente como procurá-la ou detectá-la.
Porém, alguns cientistas estão ansiosos e muito contentes com os resultados que uma inteligência artificial está obtendo. Assim, a IA conseguirá, se existir, identificar vida no planeta vermelho.
Como a IA pode identificar vida em Marte?
Kimberley Warren-Rhodes, uma especialista em astrobiologia, está liderando um grupo de investigadores que recentemente desenvolveu um treinamento para uma inteligência artificial, a fim de capacitá-la a detectar nuances sutis em desertos chilenos, que possuem características semelhantes às condições de Marte.
O objetivo é que essa inteligência artificial, no futuro, possa ajudar na busca por evidências de vida no planeta, ao aplicar os conhecimentos e habilidades adquiridos durante a análise do deserto do Chile.
Esse projeto inovador representa uma importante iniciativa no campo da exploração espacial, pois permite que as tecnologias mais avançadas sejam utilizadas em prol da busca por vida extraterrestre e da compreensão da origem e evolução da vida em nosso universo. A líder do grupo declarou:
“Nossa estrutura nos permite combinar o poder da ecologia estatística com o aprendizado de máquina para descobrir e prever os padrões e regras pelas quais a natureza sobrevive e se distribui nas paisagens mais inóspitas da Terra.”
Aprendizado de máquina
Os cientistas coletaram 1.154 amostras e tiraram muitas fotos para procurar sinais de vida microscópica que fazem fotossíntese no deserto chileno. Eles também obtiveram imagens aéreas, para simular a visão de como um satélite veria a região, e adicionaram as informações sobre o terreno.
Toda essa informação foi colocada em um tipo especial de computador responsável por treinar uma inteligência artificial específica. Sendo assim, essa IA foi ensinada a reconhecer lugares onde é provável encontrar vida.
Mesmo que a região chilena seja muito próxima em sua composição, as redes neurais conseguiram encontrar padrões de onde a vida poderia estar.