Anvisa PROÍBE venda de sal de cozinha da marca Carrefour; entenda o motivo

Entenda a proibição da Anvisa e os principais passos para a redução do consumo de sódio em escala global.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tomou a decisão de proibir a venda de um lote inteiro de sal refinado da marca Carrefour. A proibição inclui a venda, distribuição, fabricação e uso desse lote específico, e foi notificada oficialmente no Diário da União.

O motivo está relacionado a parâmetros alimentares que, se não seguidos, podem ser prejudiciais à saúde. No lote em questão, foi constatado pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, que não apresentava a quantidade mínima de iodo exigida.  

Atualmente, sabe-se que o consumo excessivo de sódio aumenta o risco de doenças cardíacas, como AVC, e morte prematura.  O sal de cozinha é a principal fonte de sódio, mas outros temperos, como o glutamato de sódio, também o contêm. Porém não é apenas o nível de sódio que precisa ser medido nos produtos.

Qualidade do sal de cozinha ainda é preocupante

O iodo desempenha um papel importante na prevenção do bócio, condição em que a glândula tireoide fica inchada, além de ser essencial para o metabolismo, crescimento físico e neurológico.

A partir da década de 1950, passou a ser uma exigência que todo sal destinado ao consumo humano contenha iodo. Atualmente, a quantidade recomendada de iodação do sal é de 20 a 60 partes por milhão (ppm).

Desde então, os países são incentivados a estabelecer metas de quantidade de sódio para alimentos processados, de acordo com os Padrões Globais de Sódio da OMS, e implementar essas políticas para combater doenças não transmissíveis.

Assim, todo um lote de sal de cozinha do Carrefour teve sua veiculação proibida devido à constatação de que o produto não continha o teor mínimo de iodo necessário para garantir a qualidade do produto.

Em resposta, o Carrefour afirmou que realiza análises regulares em todos os produtos de sua marca própria e que está em contato com o fornecedor para investigar o ocorrido.

Segundo a empresa, o lote em questão foi testado em maio deste ano e as amostras estavam dentro dos parâmetros. O Carrefour também informou que solicitou a imediata retirada desse lote de todas as suas lojas.

População mundial ainda consome produtos potencialmente nocivos para a saúde, segundo a OMS

Além desse episódio específico, um relatório inédito da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que ainda estamos distantes de alcançar a meta global de reduzir o consumo de sódio em 30% até 2025.

Imagem: Pixabay

O relatório destaca que apenas 5% dos Estados Membros da OMS possuem políticas obrigatórias e abrangentes de redução de sódio, e 73% dos Estados Membros ainda não implementaram totalmente tais políticas.

A implementação dessas políticas poderia salvar cerca de 7 milhões de vidas em todo o mundo até 2030. Atualmente, apenas nove países possuem um conjunto abrangente de políticas recomendadas para reduzir a ingestão de sódio.

A abordagem para a redução de sódio envolve a reformulação de alimentos para conter menos sal, a definição de metas para a quantidade de sódio em alimentos e refeições, além de políticas públicas para limitar alimentos ricos em sal ou sódio em instituições públicas.

Outro ponto importante é a rotulagem na frente das embalagens para facilitar a escolha de produtos com baixo teor de sódio. A veiculação de campanhas de comunicação sobre o assunto também faz toda a diferença, principalmente para incentivar mudanças de comportamento em prol da redução do consumo de sódio.

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