Alunos da Suécia vão usar livros físicos pela 1ª vez na escola
Governo sueco decidiu reduzir a digitalização nos métodos de ensino e retomar o emprego de livros no dia a dia escolar.
O avanço das ferramentas digitais chegou até a educação escolar de crianças e adolescentes, comprometendo, até mesmo, o uso de alternativas tradicionais que ainda existem no mundo, como livros físicos.
Na Suécia, por exemplo, país reconhecido pelos excelentes índices de desenvolvimento e aprendizagem, os livros viraram, praticamente, peça de museu, tão grande foi a inserção de mecanismos de ensino digital.
Tal tendência, no entanto, está prestes a mudar. O governo sueco decidiu retomar a introdução de livros físicos no cronograma escolar, após questionar os efeitos do uso massivo da digitalização no aprendizado.
Suécia encara o desafio: digitalização ou retomada dos métodos tradicionais no ensino? – Foto: Reprodução
Mudança no ensino da Suécia
O caso foi repercutido em reportagem da Deutsche Welle. O mais curioso de tudo é que algumas crianças estavam tão imersas no mundo digital que elas entraram em contato com um livro na sala de aula pela primeira vez.
“Hoje vocês vão receber, pela primeira vez, um livro de matemática de verdade. Emocionante, não é?”, disse a professora.
Após isso, um deles chega a dizer que os livros trazem mais explicações, algo que não era tão frequente nos laptops.
“O mais difícil é que agora teremos de ler. Antes, o computador falava os exercícios em voz alta”, expôs o jovem.
Desafios da retomada do livro físico
De modo geral, a receptividade foi boa. Um dos alunos apontou que o maior desafio, talvez, esteja relacionado à escrita com a própria mão.
“É melhor do que o computador porque muitas vezes a tela trava. Mas tenho dificuldade para escrever, então, será mais difícil, pois terei que escrever tudo à mão”, avaliou.
No decorrer dos dias, a professora Jeanette Wilberg diz ter percebido um impacto negativo no desempenho de alunos menores. Ela atribui isso à dependência digital que os pequenos têm desde cedo.
“Eles leem mais devagar, possuem um vocabulário menor e também compreendem menos o que leem”, disse.
A saída ideal, para ela, é integrar o físico ao digital e usar os dois modelos.