Algoritmos ‘escolhem’ o que você vê nas redes sociais; entenda como isso acontece

Algoritmos nas redes sociais priorizam lucro sobre relevância e qualidade, afetando o consumo de conteúdo online.

Na era digital, os algoritmos desempenham um papel crucial na determinação do que aparece em nossas redes sociais. Essas programações, desenvolvidas por humanos, têm como base a busca por atenção e ganhos econômicos.

Assim, o conteúdo que mais engaja é, geralmente, o que mais aparece para os usuários.

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as redes sociais podem ser responsabilizadas por postagens de terceiros após notificação extrajudicial. Essa decisão marcou um novo capítulo na discussão sobre o impacto das plataformas digitais na sociedade.

Focando nesse tema, a pesquisadora R. Marie Santini, da Netlab (Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais/UFRJ), explora o funcionamento dos algoritmos e a evolução da indústria da desinformação.

Algoritmos e a formação de comunidades

Apesar de constantemente discutidos, os algoritmos ainda são pouco compreendidos. Eles atuam como curadores de conteúdo com base nos padrões de consumo de perfis semelhantes, criando “comunidades de gosto”.

Na prática, as redes sociais utilizam algoritmos para agrupar usuários com preferências similares, sugerindo conteúdos que possam interessar ao grupo.

Através dos algoritmos, a indústria cultural encontrou uma forma de monetizar conteúdos de nicho, ampliando a diversidade cultural disponível para o público. No entanto, esse modelo favorece mais as plataformas do que os criadores, que continuam sem uma remuneração justa.

O controle dos dados e da distribuição de conteúdo está centralizado nas mãos dessas empresas.

Desinformação: um mercado em ascensão

A desinformação se transformou em uma indústria global, influenciando campos como política e saúde pública. As redes sociais, com sua falta de regulamentação, tornaram-se terreno fértil para que informações falsas prosperem.

A consequência é uma ameaça real à democracia e à saúde pública devido à circulação de conteúdos enganosos.

O papel das plataformas

As plataformas digitais são vistas como novas guardiãs da informação, mas sem a responsabilidade de criar ou verificar os conteúdos. Esse cenário gera uma desigualdade na visibilidade e um ambiente repleto de desinformação.

Para enfrentar esses desafios, é essencial exigir transparência das plataformas e uma regulamentação mais rígida.

O domínio das plataformas tecnológicas sobre o conteúdo online levanta preocupações significativas sobre responsabilidade e transparência.

A busca por um modelo de comunicação digital mais justo é urgente e requer envolvimento político e social para alcançar um sistema que valorize a diversidade e o interesse público acima dos lucros.

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