ALERTA: vírus com mais de uma década surge do gelo tibetano
Estudo revela descobertas intrigantes sobre vírus ancestrais, enquanto o derretimento acelerado das geleiras do Tibete desencadeia preocupações ambientais e de saúde global.
O derretimento acelerado das geleiras no Tibete está revelando segredos microbianos de eras passadas, trazendo à tona vírus fossilizados há 15 mil anos.
Liderado pelo microbiologista Zhi-Ping Zhong da Ohio State University, um estudo publicado na revista Microbioma desvenda as surpreendentes descobertas de amostras de gelo da calota polar Guliya, situada a 6,7 quilômetros acima do nível do mar no planalto tibetano.
Alerta para os desafios das mudanças climáticas
Utilizando técnicas avançadas de amostragem e sequenciamento, o estudo superou desafios como baixa biomassa e contaminação, revelando informações sobre a diversidade microbiana e as adaptações climáticas ao longo dos milênios.
O sequenciamento quantitativo de baixa entrada identificou 33 unidades taxonômicas virais exclusivas, abrindo novas perspectivas na compreensão da variabilidade genética viral em ambientes glaciares.
Montanhas do Tibete – Imagem: AFP/Greenpeace/Reprodução
A história genética intrigante do vírus de 15 mil anos revela uma associação com bacteriófagos que infectam Methylobacterium, essenciais para o ciclo do metano.
A anotação funcional do genoma sugere um papel na aquisição de nutrientes para os hospedeiros, destacando a complexidade das interações entre micróbios e vírus nesses ambientes gelados.
Além dessas surpreendentes revelações científicas, o estudo destaca a urgência de compreender as implicações do derretimento glacial.
Não apenas pela perda de micróbios e vírus antigos, mas também pelo risco potencial de liberar agentes infecciosos no futuro.
Com o contexto da recente pandemia de Covid-19, a preocupação vai além da saúde humana, abrangendo enormes reservas de metano e carbono liberadas pelo gelo derretido, o que representa um risco significativo para o equilíbrio ambiental.
Ao explorar o desconhecido, esse mergulho nas profundezas do gelo do Tibete não apenas revela segredos microbianos de eras passadas, mas também destaca a importância de preservar tais ecossistemas cruciais para o equilíbrio global.
A pesquisa não é apenas um olhar para o passado, mas também um lembrete urgente dos desafios contemporâneos que enfrentamos em meio às mudanças climáticas globais.