Alerta preocupante: morar em locais com trânsito intenso aumenta risco de demência
Estudo associa poluição atmosférica e problemas cerebrais, evidenciando sérias ameaças à saúde mental.
Um estudo liderado por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências Médicas lançou luz sobre um problema de saúde que afeta milhões de pessoas em todo o mundo: o risco de demência associado a viver próximo a avenidas e estradas movimentadas.
No entanto, contrário ao que se poderia pensar, o problema não está ligado ao barulho constante, mas sim à poluição atmosférica resultante do tráfego intenso.
As conclusões, agora publicadas na revista Health Data Science, revelam que a proximidade com vias movimentadas está consistentemente associada a uma maior incidência de demência e a uma redução no volume da massa cerebral.
Poluição atmosférica aumenta risco de demência
Imagem: Adobe Photo Stock/Reprodução
Um estudo com mais de 12 anos, baseado em uma análise de dados geográficos e médicos de 460 mil indivíduos no Reino Unido, identificou um aumento significativo no risco de demência para aqueles que vivem próximos a rodovias movimentadas.
Em comparação com pessoas que residem a mais de 1 quilômetro dessas vias, aquelas que vivem a menos de 1 quilômetro enfrentam um risco de demência entre 13% e 14% maior.
A pesquisa também revelou mudanças nas estruturas cerebrais, incluindo a substância cinzenta cortical periférica e o volume total do cérebro, consistentemente associadas à menor distância de residência em relação a vias movimentadas.
Essas alterações estão frequentemente ligadas à doença de Alzheimer na fase pré sintomática, ou seja, antes do aparecimento dos sintomas clínicos característicos. E o verdadeiro vilão nessa equação é a poluição atmosférica gerada pelos veículos.
Embora o gás carbônico não tenha figurado entre os principais poluentes associados a esses efeitos, o estudo ressalta a importância de reconhecer os riscos de saúde associados à poluição do ar, especialmente para aqueles que vivem em áreas de tráfego intenso.
Essas descobertas têm implicações profundas para a saúde pública e para o planejamento urbano, destacando a necessidade de abordar a poluição do ar como uma questão de saúde prioritária para prevenir casos de demência e melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.