ALERTA: ‘doença dos cervos zumbis' pode evoluir e contaminar humanos

Cientistas levantam preocupações sobre a propagação dessa patologia debilitante, que afeta cervos e pode representar uma ameaça aos humanos.

A ‘doença dos cervos zumbis’, formalmente conhecida como doença debilitante crônica (CWD, na sigla em inglês), gera alarme entre os cientistas, que agora temem que ela possa evoluir para infectar seres humanos.

O primeiro caso foi confirmado no Parque Nacional de Yellowstone no final do ano passado, desde então, a enfermidade tem se espalhado para cervos e alces em 33 estados dos EUA, além do Canadá, Noruega e Coreia do Sul.

Planos de contingência e apreensão dos especialistas

A CWD ataca o sistema nervoso dos animais, causando danos ao cérebro e levando à perda progressiva da condição corporal, mudanças comportamentais, salivação excessiva e à morte.

O mais preocupante é que tal condição é 100% fatal, e, até o momento, não existem tratamentos ou vacinas.

Especialistas alertam sobre a falta de preparação para uma possível evolução da patologia para infectar humanos. Michael Osterholm, perito em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota, enfatiza a ausência de planos para lidar com o problema.

“Se víssemos uma repercussão agora, estaríamos em queda livre. Não há planos de contingência sobre o que fazer ou como realizar o acompanhamento”, alerta Osterholm.

Cientistas apontam que doença pode se tornar uma ameaça à vida humana – Imagem: WireImage/Reprodução

A principal via de possível transmissão para os humanos seria o consumo de carne de veado infectada, embora não haja casos conhecidos da CWD em humanos até o momento.

No entanto, a preocupação cresce à medida que até 15 mil cervos e alces contaminados são consumidos anualmente.

A CWD é causada por proteínas maldobradas chamadas príons, e pesquisadores alertam que, assim como a ‘doença da vaca louca’ evoluiu para afetar humanos, a CWD também pode passar por mutações.

Sabine Gilch, pesquisadora da Universidade de Calgary, destaca como a encefalopatia espongiforme bovina (nome científico da ‘doença da vaca louca’) se tornou uma variante da doença de Creutzfeldt-Jakob em humanos.

Gilch e sua equipe conduziram estudos injetando isolados de CWD de cervos em modelos de camundongos ‘humanizados’, observando o desenvolvimento da patologia e a liberação de príons infecciosos nas fezes.

A conclusão foi que a CWD em humanos pode ser contagiosa e transmitida de pessoa para pessoa.

O alerta dos cientistas destaca a necessidade urgente de planos de contingência e pesquisas aprofundadas para entender e prevenir uma possível ameaça à saúde humana pela ‘doença dos cervos zumbis’.

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