Alerta: controversos anúncios pró-Israel surgem em jogos infantis

Caso bizarro envolve conteúdos confidenciais surgindo em jogos para crianças.

Em uma reviravolta perturbadora, a publicidade pró-Israel chegou aos games infantis em toda a Europa, deixando pais e filhos completamente assustados.

Os anúncios polêmicos, com imagens de ataques de foguetes, explosões e indivíduos mascarados levantaram preocupações sobre a adequação desse tipo de conteúdo em jogos destinados ao público mais jovem.

Imagem: Shutterstock/Reprodução

Pessoas afetadas relatam suas experiências

Maria Julia Assis, uma barista brasileira de 28 anos que mora no norte de Londres, experimentou o choque em primeira mão quando seu filho de 6 anos se deparou com um desses anúncios enquanto jogava um game para celular.

O vídeo exibia militantes do Hamas, famílias israelenses aterrorizadas e imagens borradas, com uma mensagem escrita do Ministério das Relações Exteriores de Israel que dizia:

“Garantiremos que aqueles que nos prejudicam paguem um preço pesado.”

Diante da situação, Maria rapidamente retirou o jogo, pois seu filho ficou tremendo e questionou o conteúdo perturbador.

Ela lembrou que o menino, assustado, perguntou sobre o anúncio e como ele poderia ter aparecido em sua tela.

Por sua vez, a agência internacional de notícias Reuters identificou pelo menos seis casos em toda a Europa nos quais o mesmo vídeo pró-Israel foi exibido a jogadores em diversos jogos, incluindo crianças.

Em um dos casos, o anúncio apareceu no popular jogo “Angry Birds”, desenvolvido pela Rovio, uma subsidiária da SEGA.

A Rovio prontamente reconheceu o problema, com seu porta-voz, Lotta Backlund, afirmando:

“De alguma forma, esses anúncios com conteúdo perturbador chegaram ao nosso jogo, mas eles já estão sendo bloqueados manualmente.”

David Saranga, chefe de digital do Ministério das Relações Exteriores de Israel, confirmou que o vídeo faz parte de uma campanha publicitária patrocinada pelo governo. Ainda assim, ele alegou não ter conhecimento de como isso acabou circulando em diversos jogos.

Saranga explicou que o anúncio faz parte de uma campanha maior, iniciada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, com um orçamento de 1,5 milhões de dólares para anúncios online.

Esaa campanha começou após o ataque do Hamas a civis no sul de Israel, em 7 de outubro, que desencadeou o conflito em Gaza.

Segundo Saranga, os anunciantes foram explicitamente instruídos a “bloquear o serviço para usuários menores de 18 anos”.

Ele ainda defendeu a natureza sensível da campanha publicitária, afirmando que o objetivo é fazer com que o mundo entenda que o que aconteceu em Israel foi um massacre.

Apesar dessas ocorrências, a Reuters não encontrou provas de um esforço de propaganda semelhante por parte do lado palestino, além de alguns vídeos em língua árabe transmitidos pela Palestina TV, uma agência de notícias afiliada à Autoridade Palestiniana.

Nos casos documentados pela Reuters, indivíduos no Reino Unido, França, Áustria, Alemanha e Holanda encontraram anúncios idênticos ou semelhantes aos que incomodavam o filho de Maria Júlia.

Notavelmente, o jogo que continha o anúncio no caso de Maria Júlia era “Alice’s Mergeland”, desenvolvido por uma empresa chamada LazyDog Game.

Outros jogos “familiares” que exibiam esses anúncios incluíam “Stack”, “Balls’n Ropes”, “Solitaire: Card Game 2023” e “Subway Surfers”.

O surgimento desses anúncios controversos em jogos infantis levanta questões sobre os limites da publicidade e seu impacto nas mentes jovens e impressionáveis.

Em suma, essa situação também destaca os desafios da regulação e monitoramento de conteúdos na era digital, na qual materiais inesperados podem se infiltrar nos locais mais improváveis.

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