A verdade por trás das máscaras contra covid-19: o que diz a ciência hoje em dia?
Após mais de dois anos desde o início da pandemia de covid, descubra a verdade científica sobre o uso de máscaras: elas funcionaram ou não, afinal?
Em 2020, à medida que a pandemia da covid-19 assolou a humanidade, a questão da eficácia das máscaras faciais surgiu como um tópico crucial.
Agora, após mais de dois anos de estudos e avanços científicos, o que a ciência tem a dizer sobre o uso das máscaras faciais como medida preventiva?
Proteção significativa ou nem tanto?
Em uma entrevista recente de 60 minutos, o correspondente médico-chefe da CBS News, Dr. Jon LaPook, fez essa pergunta à renomada professora universitária da Virginia Tech, Linsey Marr, especializada em ciência de aerossóis.
Na ocasião, ela respondeu:
“As máscaras são extremamente úteis na redução do risco de contrair covid, uma vez que diminuem a quantidade de vírus que você inala do ar ao seu redor.”
No entanto, é importante ressaltar que nenhuma máscara é 100% eficaz. As máscaras N95, por exemplo, recebem esse nome porque são pelo menos 95% eficazes na retenção de partículas transportadas pelo ar quando usadas corretamente.
Contudo, de acordo com Marr, mesmo uma máscara com uma eficácia de 80% ainda proporciona uma proteção significativa.
Imagem: Getty Images/Reprodução
Ela explicou que pesquisas demonstraram a capacidade de máscaras de alta qualidade em bloquear partículas do mesmo tamanho das que transportam o coronavírus.
As máscaras funcionam como filtros, não como peneiras. As partículas virais precisam contornar as camadas de fibras e, ao fazê-lo, podem colidir com essas fibras e ficar retidas.
Marr utilizou uma metáfora para ilustrar esse princípio: é semelhante a correr por uma floresta repleta de árvores. Caminhar lentamente facilita a navegação pelo ambiente.
No entanto, ao aumentar a velocidade, aumenta-se o risco de colidir com uma árvore.
“Máscaras, até mesmo as de pano, fazem alguma diferença”, disse Marr.
No início da pandemia, uma preocupação emergente era a possibilidade de as máscaras faciais contaminadas poderem causar infecção, já que alguém poderia tocar em uma máscara contaminada e, em seguida, tocar nos olhos, nariz ou boca.
No entanto, pesquisas subsequentes refutaram esse temor. De acordo com a explicação de Marr, os estudos conduzidos por sua equipe incluíram a aerosolização do coronavírus, passando-o através de diferentes tipos de máscaras e, em seguida, examinando a sobrevivência do vírus nelas.
O estudo concluiu que algumas partículas virais permaneceram em algumas máscaras de tecido, mas nenhum vírus sobreviveu nas máscaras N95 ou cirúrgicas.
Além disso, a equipe de Marr realizou um experimento no qual tocou em uma superfície artificial nas máscaras para observar quantas partículas de vírus foram transferidas para essa superfície.
Os resultados demonstraram que nenhum vírus infeccioso foi transferido. Esses estudos são esperados para acalmar as preocupações sobre as máscaras serem uma fonte de infecção.
A ciência continua a enfatizar o papel crucial das máscaras faciais na prevenção da propagação do vírus, ressaltando a sua importância contínua na batalha contra a covid-19.