Criado em laboratório? Relatório de senador especula origem do coronavírus

Embora já tenhamos passado pela pandemia, ainda há incertezas quanto à origem do coronavírus.

O surto pandêmico causado pelo vírus da Covid-19 causou inúmeras mortes pelo mundo e deixou uma marca na vida de todas as pessoas. Desde sua descoberta, muitos começaram a se questionar sobre a origem do coronavírus, novo vírus mortal.

E mesmo com explicações científicas de especialistas sobre tal tema, ainda surgem teorias controversas acerca da possibilidade de o vírus ter sido criado em laboratório.

Essas teorias foram pautadas em diversos meios, inclusive no político. Em órgãos públicos de alguns países, ideias que poderiam criar um verdadeiro caos político foram reforçadas com veemência.

Nesse sentido, recentemente foi divulgado nos Estados Unidos um relatório que reafirma a teoria do surgimento do vírus em laboratório chinês pelo senador republicano, Marco Rubio.

Quem é Marco Rubio?

O senador republicano responsável por divulgar um novo relatório especulando sobre a origem do coronavírus estar nos laboratórios de Pequim, na China, entrou para o radar político em 2015 ao ser lançado como possível candidato à presidência dos EUA.

Durante a pandemia de Covid-19, Marco Rubio apresentou relatórios com a intenção de questionar o Partido Comunista Chinês (PCC) pela crise sanitária, apesar de esses relatórios terem sido desacreditados por falta de dados científicos comprobatórios.

Relatório norte-americano sugere origem do coronavírus

Senador norte-americano divulga relatório da origem do Covid-19
Foto: Creativeneko/Shutterstock

Na semana passada, o senador norte-americano Marco Rubio divulgou um relatório afirmando que o Instituto de Virologia de Wuhan, na China, foi responsável pela criação do vírus SARS-COV-2, o vírus da Covid-19.

A equipe investigativa do senador analisou uma base de depoimentos, nos quais não são citadas as fontes. Por sua vez, a teoria da equipe de Rubio é de que o Instituto de Wuhan sofreu uma pressão política de Pequim, em 2018, para buscar avanços que poderiam ser usados no âmbito militar.

China escondeu os fatos?

Segundo o relatório, o governo chinês tinha a intenção de enganar as pessoas sobre a origem do vírus e já sabia a possível dimensão de danos que poderia causar. O relatório afirma que:

“Uma resposta caracterizada pelo controle estrito das informações, confusão, desvio de atenção, punição de denunciantes e destruição de evidências clínicas cruciais.”

O documento ainda declara que o governo chinês divulgou tardiamente a notícia sobre a pandemia e quanto ao agente causador da doença.

Pequim só teria noticiado após ser obrigada por motivos maiores causados pelos resultados da transmissão e mortalidade do coronavírus.

A divulgação do relatório ainda especula que Pequim teria agido de uma maneira que pode ser vista como contraditória na perspectiva da ética  mundial:

“Assim como Pequim estava descartando a teoria do vazamento do laboratório sobre a origem da covid-19 em âmbito internacional, internamente, Pequim alertava seus funcionários de que o risco de infecções adquiridas em laboratório pelo SARS-COV-2 era significativo e ordenava que reformas regulatórias fossem implementadas imediatamente para melhorar as condições de biossegurança dos laboratórios.”

Porém cabe lembrar que o SARS-COV-2 não é o único vírus do tipo coronavírus conhecido e em circulação no mundo. Há outros seis tipos conhecidos, sendo que todos eles têm uma origem em comum: morcegos.

Mas espere aí, isso não significa que as pessoas ingerem os morcegos. Na verdade, o processo envolve a cadeia alimentar dos próprios animais: os morcegos se alimentam do sangue de animais silvestres maiores e, enquanto isso, infectam os mesmos com os vírus.

Posteriormente, os humanos são infectados pelos vírus que estão na carne dos animais maiores através de seu consumo.

Quais são os coronavírus já conhecidos?

De acordo com o Dr. Sérgio de Andrade Nishioka, Médico infectologista e Doutor em Epidemiologia, os coronavírus foram descobertos na década de 1970. Por causarem apenas infecções leves, tiveram pouca relevância no meio médico.

Isso até que, em 2002, uma síndrome respiratória mais grave com origem no SARS-Cov chamou a atenção da comunidade científica. Este foi o primeiro coronavírus notório e a doença que ele causa ficou conhecida como SARS.

Além dele, o o HCoV-NL63 e o HKU1 também causam infecções respiratórias moderadas. Mas em 2012 ocorreu um surto de MERS, no Oriente Médio. A nova síndrome causada pelo coronavírus, que ficou conhecido como MERS-Cov, era transmitida pelo dromedário, que também é um animal silvestre.

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