A química de Batman e Mulher Gato em The Batman mostram que heróis também podem sentir desejos

O filme The Batman tem uma aura sexy no ar, principalmente quando Robert Pattinson e Zoë Kravitz dividem a cena. O tom sombrio da trama, as roupas pretas de couro, a voz baixa e grave do morcego, contra o tom firme e, ao mesmo tempo, atrevido da gata deixam tudo ainda mais sensual.

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Tudo começa quando Batman vai interrogar Oswald Cobblepot no Clube Iceberg e Selina Kyle os interrompe, você vê naquela breve troca de olhar o clima que se cria quase instantaneamente. Dali para frente a tensão sexual dos dois só cresce, como quando ele passa a investigá-la e a vê trocando de roupa, quando a Mulher-Gato se vê presa em seus braços e mesmo em meio uma luta percebe-se um desejo reprimido.

O filme traz uma nostalgia de tropos como a femme fatale e o homem machucado de passado sombrio, os dois se encontrando em meio ao caos, tendo que deixar seus desejos de lado por um bem maior, mas que não deixam seu lado humano de lado e mostram o quão vulneráveis são para o amor.

Ano passado houve uma discussão após uma cena em que Batman aparece fazendo sexo oral na Mulher Gato na animação da Harley Quinn. A DC censurou a cena dizendo que “heróis não fazem isso”, não só proibindo por medo de uma retaliação dos pais de crianças que poderão ver a cena, mas como se não fizesse parte do mundo dos heróis, nem mesmo em filmes mais adultos.

Então, por mais que não chegue as vias de fato, o casal do filme The Batman, pelo menos, nos mostra que sim, heróis fazem isso! Com o tanto de química e tensão sexual que aqueles dois esfregaram na cara do público, é tranquilo dizer que, se os dois tivessem oportunidade e um pouco mais de tempo, estariam com certeza se agarrando de um jeito quente.

Bem, tivemos que nos contentar com um lindo e sensual beijo contra o pôr-do-sol e foi bem mais gratificante que as migalhas que os romances dentro de outros filmes de heróis nos dão. Agora é torcer que a Marvel aprenda com a direção de Matt Reeves a apimentar um pouco mais o romance de seus filmes.

Mas já havíamos visto cenas de sexo em outras adaptações da DC, como em Pacificador e Esquadrão Suicida, mas nestes não se passava de um mecanismo de caos ou alivio cômico. É diferente de uma tensão sexual humana que faz o público sentir desejo de assistir aquilo.

“As estrelas de hoje são figuras de ação, não heróis de ação. Aqueles corpos perfeitos existem apenas para o propósito de infligir violência a outros. Se divertir é se tornar fraco, desapontar sua equipe e dar uma chance de vitória ao inimigo”, diz RS Benedict, uma jornalista americana que publicou um artigo falando sobre a abstinência sexual nos filmes da DC e Marvel, chamado Everyone is Beautiful and No One is Horny.

Para ela quando este tipo de produções eram mais uma forma certa de ganhar dinheiro, os estúdios estavam mais dispostos a enche-los com elementos adultos para além da violência.

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