Relógio do ‘juízo final’ da humanidade, criado em 1947, avança à pior marca
O relógio que estima o fim da humanidade chegou à sua pior marca em dezembro de 2022, tendo um avanço de 10 segundos.
O relógio do “juízo final“, criado em 1947, é uma forma simbólica que o Boletim dos Cientistas Atômicos da Universidade de Chicago mantém para indicar quão próxima a humanidade está do apocalipse. Não entendeu? Calma, pois nós explicaremos.
A analogia utilizada para medi-lo é que a raça humana está a “minutos da meia-noite”. Seu início consistia em sete minutos para a meia-noite (que seria o momento do juízo final), e seus ponteiros se movimentaram pela primeira vez em 1949, quando o teste da bomba atômica fez com que ele avançasse três minutos.
Pior marca do relógio
O relógio que estima o fim da humanidade chegou à sua pior marca em dezembro de 2022, tendo um avanço de 10 segundos.
Em 1991, o ponteiro retrocedeu com o fim da Guerra Fria e chegou às 23h43. Logo, foi o momento mais otimista do relógio. Assim, poucas movimentações ocorreram após 1991, e os cientistas revelaram que o relógio não se movia desde 2020, quando as tensões políticas aumentaram entre os Estados Unidos e o Irã.
Agora, faltam apenas 90 segundos para a meia-noite, horário no qual o fim de humanidade tornar-se-ia inevitável. E o motivo desse avanço no relógio foi a invasão da Rússia na Ucrânia em 2022.
A nova guerra teria levantado questões políticas preocupantes, que abalam as normas de conduta internacional. Essa situação leva os estudiosos a considerarem a possibilidade de uma guerra nuclear, pois a Rússia levou o embate a Chernobyl e Zaporizhzhia, o que violou muitos protocolos.
Mas as questões que envolveram o avanço do relógio não estão relacionadas apenas a guerras. Elas incluem desinformações propagadas pela web, crises climáticas, doenças infecciosas (como a covid-19), ameaças à democracia, dentre outros tópicos.
A movimentação do relógio assusta os estudiosos, pois o objetivo dele é alertar os líderes mundiais sobre um possível colapso na humanidade, e que é preciso agir para termos um planeta pacífico e seguro para viver.
Mary Robinson, ex-alta comissária de Direitos Humanos da ONU, falou sobre o recado que querem passar com o relógio simbólico:
“O Relógio do Juízo Final está soando um alarme para toda a humanidade. Estamos à beira de um precipício. Mas nossos líderes não estão agindo em velocidade ou escala suficientes para garantir um planeta pacífico e habitável.
Desde a redução das emissões de carbono até o fortalecimento dos tratados de controle de armas e o investimento na preparação para uma pandemia, sabemos o que precisa ser feito. A ciência é clara, mas falta a vontade política. Isso deve mudar em 2023 se quisermos evitar uma catástrofe.”