Diretora de Juno, se mostra arrependida sobre o rumo da história do longa
A roteirista afirma que entende porque o filme foi interpretado com anti-escolha e que, realmente, acredita ter dado margem para isso
As recentes discussões sobre o direito ao aborto nos EUA, motivaram a diretora e roteirista de Juno a se pronunciar sobre o filme. Brook Maurio, conhecida como Diablo Cody, teve seu nome vinculado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, em 2007.
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A produção conta a história de uma jovem que acidentalmente fica grávida e sofre os dilemas sobre sua vida e seu corpo, com isso, acaba optando por oferecer ao filho a adoção. Cody reflete a maneira que conduziu a narrativa e expressa se sentir “aterrorizada” em pensar que a produção fomenta a anti-escolha.
Em entrevista ao The Hollywood Reporter, jornal voltado ao universo cinematográfico, Cody declara ser a favor da escolha de abortar durante toda sua vida, além disso, destaca como é importante deixar claro isso a todos.
Cody relata se sentir melancólica quando relembra a época em que escreveu o roteiro, ela dá a entender que se sente mal por nunca ter pensado um olhar mais político sobre os direitos reprodutivos das mulheres para o longa.
Preocupada com o atual cenário, ela conclui dizendo “Se alguém tivesse me dito na época – como uma feminista despreocupada, mais jovem, da terceira onda – que em 2022, Roe v. Wade seria derrubada, eu estaria aterrorizada e assumiria que estamos entrando numa distopia inconcebível“.
E continua: “Na época, parecia impossível. Eu dei valor a Roe, e muitos de nós o fizeram. Eu estava apenas criando; Eu nunca pretendi que o filme fosse qualquer tipo de declaração política. Não consigo imaginar ser tão inocente novamente.”