O inferno de Hellraiser
Em entrevista ao Daily Dead, em 2018, Randel expandiu o universo da sequência de Hellraiser que foi inspirado no artista MC Escher e suas obras
Para os amantes do terror, o longa de Clive Barker, Hellraiser, traz muitas coisas para amar. Os efeitos especiais aterrorizantes estão fortemente presentes nos primeiros dois filmes da franquia, junto com mortes marcantes e misteriosos Cenobites. Entretanto, o final dos filmes traz um ponto muito intrigante que é o ato final de Hellbound: Hellraiser II.
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Em entrevista ao Daily Dead, em 2018, Randel expandiu o universo da sequência de Hellraiser que foi inspirado no artista MC Escher e suas obras. Devido a Barker, Randel e de Peter Atkins, o roteirista, nasceu a visão do inferno de Hellbound
Quando a palavra ‘’inferno’’ é mencionada, logo se pensa em algum lugar ardente, onde vivem muitas pessoas sofrendo por centenas de milhares de anos sob as ordens pelo próprio Diabo, Satanás ou Lúcifer.
Se compararmos com a visão de Barker e seus pares sobre o inferno, ele demonstrou em Hellraiser II uma visão completamente diferente.
A personagem principal do longa, Kisty Cotton (Ashley Laurence), junto da deuteragonista Tiffany (Imogen Boorman), é arrastada para o inferno, porém, ao chegar, avista uma sequência de salas e passagens comandadas por uma entidade que parecia ter caído do céu.
Essa entidade é um Leviatã, o senhor do Labirinto, que vive com raios obscuros que emanam de seu corpo e lhe dê a capacidade de entrar na consciência das pessoas que lá vivem.
Desde antes dos primeiros filmes de Hellraiser, muitas obras já tratavam sobre esses temas. Incluindo histórias em quadrinhos que expandiram o universo ficcional dos filmes, como as histórias de Epic Comics, de Clive Barker, como Hellraiser (1989, 2011) e Pinhead (1991), assim como Boom! E Os estúdios Helraiser: The Dark Watch (2013).
Grande parte dessas histórias foram escritas pelo próprio Barker e traziam consigo diversas inspirações nas diferentes mitologias.
Levitã é um ser que liderava os labirintos através dos milênios, segundo esses materiais. Nos labirintos, viviam as almas dos condenados a tortura pela eternidade e vivendo sob o regime das piores experiências possíveis.
Isso é demonstrado na cena em que Kirsty reencontra seu tio Frank (Sean Chapman), que é seduzido por inúmeras mulheres que o chamam para a cama emitindo gemidos de prazeres sexuais, no entanto, assim que ele se aproxima delas, as mulheres desaparecem.
O tio dela, Frank, passa a eternidade perseguindo os prazeres da carne em que ele nunca mais terá a oportunidade de ter tais prazeres, o que lhe proporcionara o seu próprio inferno pessoal. Pode-se depreender, a partir disso, que esse é apenas uma das capacidades do Labirinto, assim como as outras almas vivem.
Foi reforçado ainda mais por Randel essa visão do inferno em sua entrevista ao Daily Dead. Ele acredita, como ateu, que o céu e o inferno e todas suas características estejam internalizados na psique humana.
Quando paramos para observar todas as geometrias, junto com formas e designs, acabamos encontrando padrões e alguns significados sob eles, pois atribuímos nossos próprios medos, padrões e significados a eles.
O labirinto e a entidade Leviatã não possuem formas concretas. Ao contrário, eles são apenas o reflexo da mente daqueles indivíduos que os visualizam, conforme fala o diretor de Hellbound.
“A percepção da realidade está em nossas cabeças, e é disso que se trata Hellbound” , acrescentou. “Não é um inferno religioso, porque eu não acredito em um inferno religioso… Eu fui em uma direção totalmente simbólica com ele, e para mim a melhor maneira de retratar este lugar foi através de imagens e formas geométricas.“