O que é picacismo? Você pode ter esse hábito estranho e nem se deu conta disso

Distúrbio alimentar pode parecer estranho, mas merece atenção.

O termo “picacismo” pode ser desconhecido para muitos, mas ele descreve um comportamento alimentar peculiar no qual as pessoas ingerem itens sem valor nutricional, geralmente objetos, como gelo, argila, pedra ou papel.

Conhecido também como alotriofagia ou síndrome de pica, o distúrbio desafia especialistas da área da saúde. Diferentemente do que se possa imaginar, esse comportamento não é raro e pode surgir em crianças pequenas, persistindo às vezes até a vida adulta.

O diagnóstico é complexo e exige atenção, pois o paciente consome itens como terra, papel e até cinzas de cigarros. Segundo o Dr. Rodrigo Lancelote Alberto, do CEJAM, esse comportamento não é frequente, ocorrendo, em média, de uma a duas vezes por mês.

Apesar de incomum, gera consequências significativas na saúde e bem-estar dos envolvidos.

O que leva ao picacismo?

Comer gelo, um dos sintomas do picacismo (Foto: iStock)

As causas do picacismo ainda são um mistério, mas há teorias que ligam o distúrbio a fatores emocionais e carência de nutrientes, como ferro e zinco. O curioso é que, mesmo com essas deficiências, os itens ingeridos pouco contribuem para suprir essa necessidade.

Identificar o picacismo é desafiador, pois muitos pacientes evitam falar sobre o problema devido à vergonha ou ao medo de julgamentos. É uma condição que exige sensibilidade dos profissionais de saúde durante o processo diagnóstico.

O consumo de objetos não alimentares pode trazer sérios riscos à saúde, como infecções, obstruções gastrointestinais e até desnutrição em casos extremos. Além disso, o hábito pode afetar os dentes e causar lesões na boca.

Tratamento multidisciplinar

O tratamento do picacismo é abrangente, envolvendo abordagens nutricionais, psicológicas e psiquiátricas. Avaliações nutricionais identificam deficiências e orientam ajustes na dieta. Psicólogos e psiquiatras ajudam a abordar as causas emocionais do comportamento.

O suporte médico e psicossocial é crucial para ajudar os pacientes a superarem o picacismo e adotarem hábitos alimentares seguros. O acompanhamento contínuo é necessário, pois o comportamento pode diminuir ou desaparecer com o tempo.

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