Não consegue se desapegar dos seus objetos? Psicologia faz alerta

Psicólogos desvendam os mistérios emocionais por trás do apego a objetos e oferecem dicas para um desapego saudável.

Muitos de nós convivem com um “cantinho do talvez” em nossos lares, repleto de itens que já não têm utilidade. De acordo com psicólogos, esse apego a objetos revela camadas emocionais complexas, tornando a tarefa de se desfazer deles um verdadeiro desafio.

Objetos como brinquedos antigos, roupas nunca usadas e papéis acumulados guardam memórias e identidades. Entender o motivo desse apego ajuda a aliviar a mente e promover um bem-estar geral.

Mas, por que abrir mão dessas coisas é tão difícil?

Armadilha da conexão emocional com objetos

Foto: iStock

Nossa conexão com objetos vai além do raciocínio lógico. Cada peça pode representar memórias valiosas ou vínculos afetivos.

Jogá-las fora é visto pelo cérebro como uma perda, gerando reações como ansiedade e culpa. Por isso, muitos preferem guardar tudo, preservando pedaços de si mesmos.

Quantas vezes não hesitamos em descartar algo, pensando que talvez um dia possamos precisar? Essa esperança indefinida alimenta o acúmulo, enquanto o verdadeiro temor é o medo de perder o controle sobre o passado ou o futuro.

Nostalgia: vilã ou aliada?

Objetos podem ser gatilhos emocionais, ativando nostalgia e sentimentos de pertencimento. No entanto, quando o acúmulo compromete a funcionalidade do lar, a memória emocional se transforma em um obstáculo, em vez de conforto.

O apego excessivo está, muitas vezes, ligado ao medo do desconhecido. Manter objetos “para o caso de precisar” oferece uma sensação ilusória de estabilidade. Para alguns, especialmente aqueles que passaram por perdas ou mudanças, é um refúgio contra a incerteza.

O ambiente em que crescemos influencia o modo como lidamos com o desapego. Famílias que enfrentaram dificuldades financeiras tendem a valorizar a economia, enquanto culturas que exaltam o consumo podem enxergar o acúmulo como sinal de prosperidade.

Quando buscar ajuda?

Se a dificuldade em se desfazer de objetos causar sofrimento, é crucial procurar apoio profissional. O transtorno de acumulação é uma condição tratável, e a terapia cognitivo-comportamental pode ajudar a identificar e superar gatilhos emocionais associados ao apego.

Dentre as dicas para começar a desapegar, podemos destacar:

  • Questione se o objeto lhe traz felicidade ou apenas peso.
  • Inicie por áreas pequenas, como uma gaveta.
  • Fotografe itens sentimentais antes de doá-los.
  • Estabeleça a regra de 12 meses para reavaliação.
  • Use uma caixa de “transição” para itens em dúvida.
  • Comemore cada desapego como uma pequena vitória.

Desapegar-se não é sinônimo de esquecer memórias, mas sim abrir espaço para novas histórias. É um exercício de liberdade que começa devagar — um item e uma decisão de cada vez — permitindo que o essencial permaneça no que se vive, não no que se guarda.

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