Podemos viver para sempre? Cientista explica por que ser humano NÃO é imortal
Cientista renomado, revelou o limite da divisão celular, desafiando a ciência a buscar soluções para a longevidade humana.
Em agosto de 2024, o mundo perdeu um dos cientistas mais influentes do século XX, Leonard Hayflick, aos 96 anos. Apesar de muitos não conhecerem seu nome, suas descobertas nos anos 1960 mudaram nossa compreensão sobre a longevidade humana. Sua pesquisa sobre a divisão celular trouxe à tona um limite natural para a imortalidade.
Hayflick realizou experimentos com células humanas ao lado de Paul Moorhead e descobriu que as células têm um número finito de divisões. Esse fenômeno, conhecido como o “limite de Hayflick”, mostrou que nossas células param de se dividir após 40 a 60 ciclos, entrando em senescência e eventualmente morrendo.
Leonard Hayflick (Foto: Reprodução)
Antes de Hayflick, acreditava-se que as células poderiam se dividir indefinidamente. Cientistas como Alexis Carrel afirmavam que isso, de fato, era possível, o que se mostrou incorreto. Isso porque Jan Witkowski sugeriu em 1980 que as células de Carrel foram secretamente reabastecidas por seus assistentes, desmascarando o mito da imortalidade celular.
Telômeros: a chave para a divisão celular
A descoberta de Hayflick levantou uma questão intrigante: como as células sabem quantas vezes se dividiram? Décadas depois, cientistas encontraram a resposta nos telômeros, sequências de DNA nas extremidades dos cromossomos. Cada vez que uma célula se divide, os telômeros encurtam, até que a célula não consegue mais dividir-se e morre.
Uma enzima chamada telomerase ajuda a restaurar o comprimento dos telômeros adicionando cópias extras de TTAGGG aos cromossomos. No entanto, a telomerase não funciona de maneira perfeita, e os cromossomos ainda encurtam com o tempo. Enquanto se explora a possibilidade de manipular telômeros para prolongar a vida, ainda não há solução definitiva.
Foto: DC Studio/Shutterstock
O futuro da longevidade
Apesar das limitações biológicas evidenciadas pelo limite de Hayflick, há esperança. Células-tronco podem gerar novas células, e tecnologias futuras podem permitir a substituição de órgãos envelhecidos por novos, possivelmente cultivados em laboratório. Isso poderia proporcionar juventude e vigor a nossos corpos, mesmo nas idades mais avançadas.
Leonard Hayflick viveu até os 96 anos, longevidade notável nos dias de hoje. Seria emblemático se ele tivesse alcançado os 125 anos, o limite que ele próprio estimou. Embora nenhum humano tenha atingido essa marca ainda, a ciência continua em busca de prolongar a vida, inspirada pelo legado de Hayflick.