Arqueologia revela: Mulher-Maravilha pode ter existido de verdade
A história da Mulher-Maravilha pode ser mais do que um conto de história em quadrinhos. Novas provas sugerem que ela pode ter tido uma contraparte histórica; confira!
Uma das figuras mais icônicas dos quadrinhos, integrante da trindade da Liga da Justiça da DC Comics, a Mulher-Maravilha foi inspirada no mito das guerreiras gregas chamadas Amazonas.
Recentemente, estudos têm revelado indícios de que grupos de mulheres guerreiras na Grécia antiga podem ter sido reais, aproximando-se mais da história dos quadrinhos do que se pensava.
Segundo a tradição, as Amazonas eram combatentes destemidas que habitavam uma terra distante e isolada do mundo conhecido (na mitologia da DC Comics, elas residem na fictícia ilha de Themyscira).
Amazonas da antiga Grécia
Antes da Mulher-Maravilha, essas mulheres guerreiras foram imortalizadas em histórias e registros atribuídos ao renomado poeta grego Homero, em sua obra ‘A Ilíada’.
Nas histórias, Hércules enfrentou as Amazonas em uma de suas doze tarefas para obter o cinturão mágico da rainha Hipólita.
Por sua vez, o célebre guerreiro e herói grego Aquiles matou a rainha Pentesiléia em combate, apenas para se apaixonar por ela ao remover o capacete que ocultava seu rosto.
Apesar das narrativas presentes no poema ‘A Ilíada’ de Homero serem objeto de debates quanto à veracidade histórica (como a Guerra de Troia), cada vez mais evidências sugerem que mulheres guerreiras, como as Amazonas, possivelmente existiram.
Origem histórica da Mulher-Maravilha
Evidências arqueológicas levantam questões sobre a possibilidade dessas guerreiras lendárias terem existido de fato – Foto: DC/Reprodução
Em 2019, arqueólogos encontraram uma sepultura contendo os restos de quatro mulheres guerreiras, acompanhados por um arsenal de pontas de flechas, lanças e artefatos de equitação.
A sepultura está situada na região das estepes, no oeste da Rússia, coincidindo com a localização atribuída às Amazonas pelas lendas gregas.
Mais recentemente, outra equipe de arqueólogos descobriu túmulos na necrópole de Nakhchivan, no Azerbaijão.
Com cerca de 4 mil anos, essas tumbas revelaram a presença de mulheres enterradas com armamentos como pontas de flechas, um punhal de bronze e uma maça, além de joias.
A presença de flechas é importante, já que os arcos são uma das armas principais associadas às guerreiras amazonas nas lendas.
A historiadora Bettany Hughes, em entrevista ao The Guardian, conta que o achado de vários túmulos com aspectos semelhantes reforça a possibilidade da existência das mulheres guerreiras.
“Isso mostra que há verdade por trás dos mitos e lendas da Grécia antiga. Uma civilização não é composta por um único túmulo. Se estamos falando de uma cultura que atravessa o Cáucaso e a Estepe, algo que todos os antigos diziam, obviamente você precisa de outros restos”, explica a pesquisadora.
Hughes também destaca outras evidências descobertas nos restos mortais, como mudanças em algumas articulações e ossos.
“Seus dedos estão deformados porque usavam flechas demais. Mudanças nas articulações dos dedos não aconteceriam apenas pela caça. Isso é uma prática extensa e contínua.
As pélvis das mulheres estão basicamente abertas, porque montavam cavalos. Os ossos são moldados apenas pelo estilo de vida delas”, afirma.
A estrutura da sociedade das Amazonas ainda é um mistério a ser desvendado, mas a confirmação da presença de mulheres guerreiras na Grécia antiga parece se aproximar cada vez mais.
A série documental ‘Tesouros do Mundo de Bettany Hughes’ revelará mais detalhes sobre tais achados, ao ser transmitido pelo Channel 4 do Reino Unido em abril.