Façanha da engenharia: longo túnel embaixo d’água liga regiões japonesas
Considerado o maior túnel submerso do mundo, a estrutura une duas ilhas japonesas no Estreito de Tsugaru.
Localizado sob o Estreito de Tsugaru, o Túnel Seikan é uma obra monumental que conecta a ilha principal do Japão, Honshu, com sua vizinha do norte, Hokkaido.
Com seus impressionantes 53,8 km de extensão, o túnel se destaca como o segundo mais longo do mundo, ficando atrás apenas do Túnel de Base de Gotthard, na Suíça.
Explorando o túnel subaquático Seikan
Entrada do túnel Seikan – Imagem: Aikimedia/Reprodução
Com mais de 23km da estrutura sob o oceano, o Seikan conquista o título cobiçado de ser o túnel subaquático mais longo e mais profundo do mundo, descendo até 140m abaixo do leito marinho.
A saga da construção, iniciada em 1964 e finalizada em 1988, é uma história de dedicação e desafios.
Cerca de 3 mil trabalhadores participaram dessa jornada, enfrentando desmoronamentos, inundações e outros perigos.
Apesar das adversidades que custaram a vida de 34 pessoas, o túnel representa um marco notável na engenharia do século 20.
Além de sua monumental extensão e profundidade, o Túnel Seikan esconde uma série de inovações e complexidades que o tornam uma verdadeira maravilha da engenharia.
Durante sua construção, foram implementadas técnicas avançadas de escavação e reforço para garantir a estabilidade da estrutura em condições subaquáticas desafiadoras.
Rota do Túnel Seikan ao ligar duas ilhas japonesas – Imagem: X/Reprodução
Contudo, a utilidade do Túnel Seikan hoje é limitada. Com o avanço das viagens aéreas, o transporte de passageiros entre as duas ilhas tornou-se mais rápido e acessível que atravessar o túnel de trem.
A construção, concebida após o naufrágio trágico de um ferry em 1954, foi originalmente destinada a facilitar o transporte de pessoas, mas agora é mais utilizado para o transporte de cargas, especialmente produtos agrícolas.
Desde 2016, o Túnel Seikan abriga os trens de alta velocidade Shinkansen, embora isso tenha trazido desafios logísticos devido à presença dos trens de carga.
Ainda assim, ele permanece como um símbolo da engenhosidade japonesa, conectando regiões essenciais do país e comprovando a resiliência da engenharia em face das adversidades.