Estudo alerta: mais da metade dos formados atua em empregos fora da graduação
Levantamento feito ao longo de uma década identificou desconexão recorrente entre o diploma e a função exercida.
Um dado importante foi revelado por uma pesquisa com mais de 10 milhões de pessoas. Conforme o estudo, mais da metade dos estudantes que concluíram a universidade acaba em empregos fora da área de formação.
A pesquisa acompanhou os percursos profissionais de milhões de pessoas durante a última década.
Segundo o levantamento, 52% dos diplomados acabaram em funções que não utilizam as competências ou credenciais obtidas na universidade. Esse início inadequado da carreira gera consequências marcantes para o futuro profissional.
O estudo identificou ainda que a grande maioria dos que iniciaram a trajetória em funções fora da área da graduação se manteve subempregada uma década depois.
A pesquisa foi feita por integrantes da empresa de análise trabalhista Burning Glass Institute e da organização sem fins lucrativos Strada Education Foundation, dos Estados Unidos. Eles avaliaram os currículos de trabalhadores diversos, formados entre 2012 e 2021.
Estudo é determinante na carreira profissional
Diploma não define o emprego, mas é importante na remuneração – Foto: Reprodução
Apesar desse contexto de desconexão entre o que se estuda e o trabalho executado, os números demonstram que a bagagem educacional ainda é determinante na remuneração obtida pelas pessoas.
Trabalhadores com diplomas de bacharelados em empregos de nível universitário ganham quase 90% mais do que aqueles que possuem somente um diploma de ensino médio.
Esse índice foi obtido pela Burning Glass, ao analisar dados do US Census Bureau de 2022.
Em relação aos diplomados subempregados, a relação de diferença salarial também existe. Mesmo que nesse caso as pessoas trabalhem em outras áreas, elas ainda ganham 25% mais do que aqueles que concluíram apenas o ensino secundário.
Importância do primeiro emprego
De toda forma, a conquista do primeiro emprego de acordo com a área profissional é essencial para estabelecer uma chance maior de sucesso futuro.
Fazem parte desse caso, também, os estágios, pois eles funcionam como uma ponte entre o universitário e o mercado de trabalho.
A regra é simples: quanto mais estudantes com estágio garantido, maior é o percentual de formados com emprego na área.
Tal constatação tem levado muitas universidades dos Estados Unidos a fomentarem programas e ações que valorizem o estágio profissional.
A Universidade George Mason, por exemplo, criou fundos de bolsas de estudo que subsidiam os estudantes que fazem estágios não remunerados.
A instituição percebeu que essa é uma forma de garantir o retorno futuro, com o emprego garantido depois de formado.