Ler traz benefícios surpreendentes para sua saúde mental; confira
Especialistas afirmam que esse hábito é capaz de prevenir doenças e melhorar atributos cognitivos.
Não é de hoje que a leitura é recomendada, principalmente para mentes mais jovens ainda em desenvolvimento.
Porém, engana-se quem pensa que só este público precisa fazer isso, pois ler é algo que deveria ser praticado por todos.
Assim, existem muitas pessoas que leem por passatempo, estudos ou como um meio mais acessível de adquirir conhecimentos técnicos.
Independentemente da motivação, especialistas afirmam que tal prática auxilia no desenvolvimento de várias habilidades, contribuindo para a saúde mental.
Quais os benefícios da leitura, segundo a ciência?
Conforme Augusto Buchweitz, pesquisador do Instituto do Cérebro (InsCer) e professor da Escola e Ciências da Saúde e da Vida, ler é um excelente exercício para o cérebro, capaz de retardar doenças perigosas que afetam essa área.
“O hábito de leitura tem relação comprovada com uma melhor qualidade de saúde mental. A leitura, por envolver imaginação, mentalização, antecipação e aprendizagem (sempre aprendemos, ao menos, palavras novas), funciona como um ‘exercício’ para o cérebro humano. Apesar de não ser um músculo, o nosso cérebro precisa ser estimulado”, destaca o pesquisador.
Outro ponto interessante sobre o consumo de livros é que a atividade consegue reduzir os níveis de estresse em nosso organismo.
Aline Fay, professora coordenadora do curso de licenciatura em Letras com ênfase em Língua Inglesa, afirma que já existem estudos que demonstram isso.
“Uma pesquisa realizada pela Universidade de Sussex mostrou que ler ajuda a reduzir em até 68% os níveis de estresse. Durante o estudo, os sujeitos analisados diminuíram a frequência cardíaca e aliviaram a tensão dos músculos”, salienta a professora.
Ler pode preservar a sua mente no futuro
Muita gente opta por ler enquanto ingere bebidas quentes – Imagem: Reprodução
Como foi dito anteriormente, a leitura é capaz de auxiliar no combate a males de origem mental, que ao longo do tempo comprometem as capacidades cognitivas, como a memória.
Porém, alguns levantamentos mostram que ler pode ser uma maneira de se blindar contra o aparecimento de doenças neurodegenerativas.
Conforme a professora Aline, quando nos focamos nessa atividade, contribuímos para a melhora do funcionamento cerebral, isso ajuda a atrasar sintomas de patologias como o Alzheimer e a demência.
A profissional ainda destaca uma pesquisa feita pela Universidade Emory, que descobriu que tal hábito nos afeta da mesma maneira como se tivéssemos realmente vivido os eventos sobre os quais estamos lendo, algo realmente fascinante.
Consequentemente, quem lê muito também ganha uma capacidade de compreender melhor o próximo, aumentando a sua empatia e abrindo a mente para novos caminhos e ideias. Entretanto, nem todos os gêneros literários atuam do mesmo modo.
De acordo com o professor Augusto, dependendo da história consumida, outras regiões do cérebro se ativam, o que resulta em emoções, comportamentos, julgamentos, interpretações e experiências diferentes em cada pessoa.
“Durante a leitura de histórias de suspense, por exemplo, a ativação do cérebro tem relação direta com a experiência do leitor.Os leitores que relataram ter ficado mais envolvidos com a narrativa foram os mesmos que tiveram maior ativação de uma circuitaria do cérebro, que envolve tentar antecipar o que vai acontecer (inferências futuras)”, explica.
Por fim, o hábito é vital para aprimorar o funcionamento mental e ainda favorece uma melhora na escrita, possibilitando a expansão do vocabulário e da criatividade do leitor, amplificando assim o seu leque de competências.
“O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, por exemplo, diz ler um livro a cada duas semanas, já Bill Gates diz ler todos os dias durante uma hora. Tudo varia em função do tempo e disponibilidade de cada um.O importante é desenvolvermos o hábito da leitura diária e criar estratégias, tais como reservar um momento do dia somente para a leitura, selecionar livros/temas que achamos interessantes, ter sempre um livro na cabeceira e, acima de tudo, ter paciência e resiliência”, recomenda a docente Aline.