'A Casa do Dragão': como um mal-entendido levou a uma guerra civil?

Momento crítico em 'A Casa do Dragão' ocorreu devido ao falecimento do rei Viserys e um mal-entendido profético.

[Atenção: este texto contém spoilers da 1ª temporada de ‘A Casa do Dragão’.]

A trama de ‘A Casa do Dragão‘ nos leva a um ponto crucial na narrativa com o falecimento do Rei Viserys Targaryen, desencadeando uma cadeia de eventos que ilustram a complexidade do poder e da interpretação.

No episódio 8, intitulado ‘O Senhor das Marés’, Viserys, interpretado por Paddy Considine, entrega suas últimas palavras, enredadas em profecia e mal-entendido, tecendo o pano de fundo para uma iminente guerra civil.

Qual o motivo da guerra civil?

Na série, uma fagulha se acende no leito de morte de Viserys ao confundir sua esposa Alicent Hightower, interpretada por Olivia Cooke, com sua filha Rhaenyra Targaryen, papel de Emma D’Arcy.

Viserys menciona ‘As Crônicas de Gelo e Fogo’, profetizando uma ameaça do Norte e a vinda do ‘Príncipe Prometido’, referindo-se aos futuros eventos conhecidos pelos fãs de ‘Game of Thrones‘.

Este momento, baseado em uma interpretação equivocada, pode parecer o estopim para a ‘Dança dos Dragões’, mas a série sugere camadas mais profundas de intriga política e manipulação.

Alicent, que nunca ouviu falar da profecia, interpreta as palavras de Viserys como um endosso ao seu filho Aegon, não percebendo que se referiam à Rhaenyra.

O mal-entendido é amplificado pelo contexto anteriormente estabelecido, em que Alicent é influenciada tanto por seu pai, Otto Hightower, quanto por suas próprias ambições e percepções.

Além disso, a decisão dos produtores de atribuir essa confusão a um mal-entendido destaca a fragilidade das relações humanas e o poder das palavras, especialmente em um mundo onde a sucessão e a profecia carregam peso significativo.

A série, ao adotar essa narrativa, não apenas criou um ponto de virada dramático, mas também mostrou um pouco da dinâmica familiar, o luto e a memória, com Viserys chamando sua primeira esposa Aemma com suas últimas palavras, ‘Meu amor’, revelando a permanência do afeto além da morte.

Ao contrário do que a superfície sugere, a guerra civil não nasce apenas de um mal-entendido, mas sim da acumulação de anos de manipulação política, ambições desenfreadas e a eterna questão de legado e poder.

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