Rochas antigas mostram como se formaram os continentes
Revelações da Universidade da Colúmbia Britânica descobriu os segredos de bilhões de anos atrás na formação dos continentes.
Pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica abriram uma nova janela para o passado distante da Terra, revelando um capítulo fundamental na formação dos continentes há bilhões de anos antes do que se pensava.
Contrariando a crença estabelecida sobre o papel das placas tectônicas, a equipe de cientistas mergulhou nas profundezas de rochas antigas para desvendar os segredos da crosta terrestre primitiva.
O estudo que revela a formação dos primeiros continentes
Os ‘tijolos’ da crosta terrestre primitiva, conhecidos como rochas granitoides, desempenharam um papel crucial nesse enigma geológico.
Chamados de tonalito, trondhjemito e granodiorito (TTG), eles associaram-se entre 4 bilhões e 2,5 bilhões de anos atrás, mas o processo exato permanecia um mistério intrigante.
Ao contrário da crença anterior, os pesquisadores descartaram a influência das placas tectônicas nesse estágio inicial da composição dos continentes.
Em vez disso, concentraram-se em elementos preservados nas rochas que carregavam sinais inalterados desde a era pré-placas tectônicas.
Placas tectônicas atualmente – Imagem: Reprodução
Publicado na renomada revista Nature Communications, o estudo desmascara a teoria de que as placas tectônicas foram responsáveis pela união das rochas antigas nas primeiras zonas de subducção.
A pesquisa revelou que o processo era muito mais antigo, com a constituição da crosta terrestre assemelhando-se a um gabro de composição basáltica, atualmente conhecido como granito negro.
De modo intrigante, tal crosta pré-continental ainda está presente nos continentes modernos, como nas majestosas cordilheiras Apalaches, presentes nos EUA e no Canadá.
O estudo sugere que essas formações rochosas resultaram de um processo de afundamento lento, espessamento e derretimento da crosta pré-existente, possivelmente evocando os platôs oceânicos modernos.
A análise aprofundada das mudanças químicas preservadas nas TTG levou os cientistas a desacreditarem na teoria de que as uniões de rochas antigas surgiram nas primeiras zonas de subducção e marcaram o nascimento das placas tectônicas.
Além disso, a hipótese de impactos de meteoritos como catalisadores para a formação dos continentes atuais foi descartada.
A descoberta não apenas redefine nossa compreensão da composição dos continentes, mas também destaca a persistência e a riqueza de informações que as rochas antigas guardam sobre os primórdios da Terra.
As amostras de TTG catalogadas ao longo de décadas foram peças cruciais nesse quebra-cabeça geológico, lançando luz sobre eventos que moldaram o planeta muito antes do que imaginávamos.