Descoberta no Deserto do Saara: Olho da África intriga cientistas
Geólogos ainda não conseguiram desvendar todos os mistérios relacionados ao Olho da África; entenda.
Viajantes intrépidos que se aventuram pelo vasto Deserto do Saara, na Mauritânia, podem testemunhar uma visão única e intrigante: o Olho da África.
Essa área circular, com impressionantes 50 km de diâmetro, é adornada por uma série de formações rochosas dispostas em círculo, desafiando a compreensão científica e gerando inúmeras teorias.
Conhecido como Estrutura Richat, o Olho da África tem sido alvo de especulações que variam desde conspirações até hipóteses científicas complexas, mas até agora permanece sem uma solução definitiva.
A área foi reconhecida como um dos 100 primeiros patrimônios geológicos pela União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS) em 2022.
Como o Olho da África pode ter sido formado?
Olho da África – Imagem: NASA/GSFC/MITI/ERSDAC/JAROS/Reprodução
Devido à sua imponência, só é possível admirá-lo parcialmente de um avião ou, de forma completa, do espaço.
Os geólogos acreditam que sua formação possa ter sido influenciada por um processo chamado de dobra geológica.
Essa dobra geológica, por sua vez, acabou resultando em um anticlinal simétrico, uma espécie de ‘lombada’ nas camadas da Terra, com as mais recentes no topo.
Inicialmente confundido como uma cratera de impacto de asteroide, estudos geológicos recentes indicam que as rochas sedimentares do núcleo datam do final do Éon Proterozoico, entre 1 bilhão e 542 milhões de anos atrás.
Algumas teorias sugerem que os restos rochosos circulares poderiam ser as ruínas perdidas de Atlântida, como descrito por Platão, mas essas alegações carecem de evidências concretas.
Uma proposta publicada na renomada revista científica Journal of African Earth Science em 2014 lança uma luz diferente sobre o mistério.
Alguns cientistas da Universidade de Quebec identificaram a presença de rochas vulcânicas, sugerindo que minerais derretidos podem ter sido lançados à superfície, formando um domo.
Com o tempo, essa estrutura teria erodido, deixando apenas os anéis rochosos visíveis hoje. Acredita-se que a separação do supercontinente Pangeia tenha desempenhado um papel crucial na formação vulcânica e mudanças tectônicas que deram origem ao fenômeno.
Composto por uma mistura complexa de rochas sedimentares e ígneas, o Olho da África exibe uma diversidade impressionante de padrões e cores.
Fragmentos agudos de megabrecha, uma rocha sedimentar de granulação grossa, adornam a paisagem, enquanto o centro do domo revela camadas de calcário e dolomita, além de brechas e rocha vulcânica alcalina.
Desde sua descoberta, desvendar o mistério por trás da formação da Estrutura Richat tem sido um desafio contínuo para os geólogos.