Mercado de azeite no Brasil passa por crise e encarece produto
O aumento dos preços e da escassez de azeite nos supermercados brasileiros têm sido um fato frequente.
Nas prateleiras dos supermercados brasileiros, um item comum vem ganhando destaque por sua ausência e preço elevado: o azeite.
A situação atual do azeite no Brasil é resultado de uma quebra histórica na safra de azeitonas na Europa em 2023. Esse fenômeno afetou diretamente os consumidores brasileiros e o mercado nacional.
Escassez de azeite
O Brasil, dependente das importações de azeite, presenciou uma queda acentuada no consumo. Em janeiro de 2023, o item figurava em 4,2% das compras no país, número que caiu para 2,9% em dezembro, segundo a Horus Inteligência de Mercado.
Anna Carolina Fercher, diretora de Insights da consultoria, comenta sobre a significativa redução observada ao longo do ano.
Segundo ela, com o aumento dos preços, há uma mudança no comportamento dos consumidores. Muitos optam por garrafas menores, de 250 mililitros, apesar de oferecerem um menor custo-benefício em comparação às de 1 litro.
Luiz Eduardo Batalha, empresário gaúcho e produtor de azeite, percebe uma oportunidade para o mercado nacional diante da crise internacional.
Quebra de safra de azeitonas na Europa afetou o valor do azeite no Brasil – Imagem: Stevepb/Pixabay/Reprodução
Há também uma tendência de migração para marcas mais acessíveis e azeites de outros países, como Chile e Argentina, observada por Camila Fernandes, supervisora de Marketing da importadora Nor Import.
Tal mudança é confirmada por Mauro Clemente, diretor comercial da C-Trade, que atende principalmente restaurantes, notando variações nos padrões de compra de seus clientes.
Em 2023, o azeite foi um dos produtos que mais contribuiu para a inflação, registrando um aumento de 37,1% em seu valor, embora tenha um peso relativamente pequeno no índice geral.
Essa elevação está intimamente ligada às dificuldades de safra na Europa, o maior produtor mundial de azeitonas e do óleo derivado.
Para 2024, as perspectivas não são animadoras. Camila Fernandes prevê que o alto custo e a oferta limitada no mercado internacional devem persistir até o final do ano, sem grandes expectativas de regularização do mercado.
Portanto, a crise do azeite no Brasil continua a ser algo impactante nos consumidores e comerciantes.