Giganto: o que levou à extinção do maior macaco do mundo?
Animal chegava a quase três metros de altura.
Com dimensões impressionantes de quase 3 metros de altura e um peso que poderia atingir até 300 quilos, os maiores primatas já registrados na história da Terra são conhecidos como Gigantopithecus blacki, popularmente chamados de ‘gigantos‘.
Essas fascinantes criaturas habitaram a região que hoje corresponde à China por um período próximo de 2 milhões de anos.
Apesar da sua prolongada existência e das intensas pesquisas realizadas por paleontólogos ao longo das décadas, o registro fóssil abrange apenas quatro maxilares e aproximadamente 2 mil dentes isolados, revelando a escassez de evidências encontradas até o momento.
Recentemente, pesquisadores afirmaram que as transformações climáticas pré-históricas podem ter desempenhado um papel crucial na extinção da espécie, conforme discutido em um artigo divulgado na revista Nature.
Parece que os gigantescos macacos não conseguiram adaptar suas dietas de maneira eficaz para acompanhar as rápidas mudanças no ambiente.
Imagem: Reprodução
O que os Gigantos comiam?
Em uma entrevista à Associated Press, Renaud Joannes-Boyau, pesquisador da Southern Cross University na Austrália e coautor do estudo, enfatizou que os gigantos eram de tal magnitude que enfrentavam dificuldades até para se locomover.
Sendo assim, a subida deles em árvores em busca de novas fontes de alimento era, especialmente quando as mudanças climáticas tornaram os recursos mais escassos.
Apesar da possível semelhança deles com os orangotangos modernos, que são menores, esses macacos gigantescos tinham hábitos alimentares mais seletivos em comparação com os primatas atuais.
É provável que essa espécie se alimentasse principalmente de frutos e flores encontrados em seu habitat tropical. No entanto, na ausência desses recursos, eles poderiam ter se voltado para partes de árvores com baixo valor nutricional.
Para alcançar essa conclusão, os pesquisadores analisaram os vestígios de gigantos que foram descobertos em cavernas no sul chinês, situadas entre o rio Yangtzé e o Mar do Sul da China.
Utilizando um conjunto abrangente de técnicas, eles dataram os dentes preservados e os sedimentos das cavernas, refletindo em uma estimativa mais precisa da janela de extinção dos primatas, situada aproximadamente entre 215 mil e 295 mil anos atrás.
Dificuldades da espécie
Para obter dados adicionais, os pesquisadores investigaram também pólen e sedimentos nas proximidades dos locais onde foram encontrados os fósseis dessa espécie, identificando indícios de uma mudança ambiental naquela época.
O aumento da intensidade das estações chuvosas e secas transformou florestas densas em áreas intercaladas com gramados, o que representou um desafio significativo para a sobrevivência dos gigantos.
Ao construir uma compreensão sólida do habitat, comportamento e cronologia dos gigantos, os pesquisadores almejam oferecer insights adicionais sobre os eventos de extinção que se desenrolaram no mundo antigo.
Essa abordagem ganha relevância, especialmente considerando a possibilidade de atividades humanas estar conduzindo o planeta em direção a uma potencial sexta extinção em massa.