As adaptações de Batman são melhores sem o próprio personagem
As adaptações da DC Comics continuam sendo produzidas.
Gotham Knights é a nova série de TV que foi anunciada como um complemento da franquia de TV, que vive hoje, uma constante expansão da DC. A produção foi adaptada da história em quadrinhos que conta com um nome igual, o programa focará no desenvolvimento do filho adotivo de Batman após a morte do Homem-Morcego.
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Gotham Knights é a mais recente série do universo dos morcegos que transforma os sinais em membros diferentes da família Bat. Seguindo Titans da HBO Max e Batwoman da CW, a DCTV parece mais interessada em contar histórias sobre Batman e Gotham sem a participação de Caped Crusader.
Apesar dos tons contrastantes, Titã e Batwoman dependem muito da tradição familiar dos quadrinhos do Batman e do apelo dos próprios personagens, mas trazem seu ponto de vista para as cidades familiares das HQs. Os Cavaleiros de Gotham, se forem pegos ultrapassando as ordens do piloto, podem seguir o exemplo.
A tensão entre Dick Grayson/Robin/Asa Noturna (Brenton Thwaites) e seu mentor e figura paterna Bruce Wayne/Batman marcou a primeira temporada de Titãs. Nesta temporada, só foi possível ver Bruce nas sombras antes de Batman aparecer no final – ele não foi um personagem, mas, sim, uma figura ameaçadora apenas para assustar Dick Grayson. O verdadeiro Bruce Wayne não apareceu até a segunda temporada.
A escolha de Ian Glenn como o maior detetive do mundo foi um sinal claro de que os Titãs não irão imitar a encarnação do antecessor de Batman. Na verdade, o Homem-Morcego não tem participação na série desde o final da primeira temporada, Glenn descreveu Bruce Wayne como um homem cansado e, praticamente, aposentado que utiliza a maior parte do tempo com seus filhos adotivos Dick e Jay Todd.
Da mesma maneira, em Batwoman, que Kete Kane voltou a Gotham para saber onde estaria seu primo Bruce. Assim que ela descobriu sua identidade secreta como o vigilante da noite, ela assumiu o manto do Morcego visando a proteção da cidade. Durante a primeira temporada, Kate escreveu mensagens para Bruce, buscando se conectar com o personagem, mas também permitiu que Kate desenvolva sua própria personagem.
Esses dois shows não foram os primeiros a se basear em Batman para expandir seu universo. Gotham, do canal Fox, fez a criação de um elenco inteiro com os personagens do universo Batman, ainda que o início da série com diversas versões das mortes dos Wayne. A vantagem de Gotham é que não necessita de uma representação única, é possível fazer adaptações neles.
Titãs e Batwoman se desenvolveram além do Batman desde que foram iniciados, ainda que tenha a sombra de Bruce Wayne e Batman nas primeiras temporadas. Sem a presença constante de Batman, essas séries tiveram a oportunidade de desenvolveres outros personagens.
O elenco principal de Titãs inclui personagens que fazem sua estreia em live-action, incluindo Estelar (Anna Diop), Ravena (Teagan Croft), Garfield Logan (Ryan Potter), Donna Troy (Conor Leslie), Jason Todd e Tim Drake (Jay). Titãs também contou com uma expansão que não costuma ser vista no contexto dos super-heróis.
A série incluiu no elenco o ator surdo e transgênero Chella Man, na segunda temporada, como Jericho. Man é o segundo ator transgênero a viver um papel de super-herói nos trabalhos da DC Comics, após Nicole Maines como Nia Nal em Supergirl.
Na 3ª temporada de Gotham, tivemos a atriz Savannah Welch, que é deficiente, que foi escalada ao elenco para tentar traze Barbara Gordo para a tela.
Em Batwoman teve o aumento da representação queer e com a introdução de Ryan Wilder, a série introduziu as questões de Gotham com o racismo sistêmico que ela e os outros negros enfrentam na América do Norte. A construção de centros comunitários é um dos trabalhos mais importantes para ela, buscando oferecer mais oportunidades para a população da comunidade carente.
Mary Hamilton(Nicole Kang) fez uma clínica clandestina e oferece ajuda e serviços para aquelas pessoas negligenciadas pelo sistema de saúde.
O mundo torna muito mais real, quando as séries não trazem Batman como um personagem representativo, pois o foco é melhor distribuído e não há um foco excessivo no Homem-Morcego.
Bruce Wayne é um homem heterossexual, cisgênero, privilegiado e milionário. Ainda que a sua história tenha durado, Bruce conta com uma perspectiva muito curta do mundo e de sua cidade fictícia. Isso não é sinônimo de que as histórias sejam estáticas, mas que tendem a seguir uma linha de segurança e não é nenhum pouco representativa com a cidade onde Bruce vive.
Batman não irá sair para lugar algum. Ele permanece como maior atrativo da DC Comics, por isso que existem inúmeros títulos de quadrinhos diferentes com o personagem, diversos filmes de animação da DC e mais um filme, agora estrelado por Robert Pattinson. Os produtores também podem aproveitar a chance – se você pode chamar assim – com um elenco inclusivo e uma narrativa realista para buscar um grande longa-metragem. Porém, os tempos estão mudando; Zoe Kravitz, que foi recusada para um pequeno papel em O Cavaleiro das Trevas Ressurge, agora interpretará Selina Kyle/Mulher-Gato nos cinemas em The Batman (2022). É passo para aceitar representações que se tornaram um grande produto na TV, especialmente CWVerse.
É a comprovação da duração do personagem do Batman. Porém, a família Bat é bem grande e todos esses personagens merecem seu destaque. Utilizar o herói Batman como um trampolim, ao invés de protagonista, aumenta a tradição de Gotham e atrai novos fãs e mostra novas faces do mundo Bat.