Nomes incomuns em crianças estão causando grandes problemas no Japão; entenda

Pais japoneses enfrentam restrições governamentais na escolha de nomes não convencionais, enquanto alguns buscam liberdade dos estigmas sociais associados a nomes únicos.

A busca pela singularidade nos nomes no Japão tem desencadeado uma narrativa complexa entre o desejo de destacar os filhos e as consequências sociais e práticas que tais nomes podem acarretar.

Recentemente, a história de Yuni Matsumoto, que abandonou a escola devido ao bullying relacionado ao seu nome, ressoou intensamente, revelando os desafios enfrentados por crianças japonesas com nomes únicos, conhecidos como kira-kira, que significam “brilhante” ou “reluzente”.

Mudanças radicais em forma de lei e convenções sociais

A pressão social por conformidade dos nomes no Japão contrasta com a crescente tendência dos pais em escolherem nomes não convencionais, aspirando a um destaque para seus filhos.

Contudo, para muitos, esses nomes únicos tornam-se algemas que limitam oportunidades e geram estigmas. O governo japonês, em resposta a tal fenômeno, está intervindo para manter o máximo de controle da prática.

Alterações na lei que regem os certificados de registro familiar visam restringir certos tipos de nomes não comuns, pela primeira vez na história dos registros, exigindo notações que garantam que todos os nomes possam ser lidos conforme pretendido.

Aos poucos, pais estão lutando para se desprender de convenções sociais antiquadas – Imagem: Freepik/Reprodução

A complexidade dos nomes no Japão está intrinsecamente ligada aos kanjis, caracteres que possuem significados representativos, o que os pais desejam para seus filhos.

No entanto, a peculiaridade dos kanjis, que têm múltiplas pronúncias, possibilita aos pais derivar pronúncias incomuns, resultando em nomes desafiadores para a sociedade e para a própria pessoa.

Embora alguns com nomes não convencionais possam abraçar a singularidade, cresce a atenção para casos de indivíduos insatisfeitos com seus nomes únicos.

A mudança iminente na Lei do Registro Familiar pretende limitar a escolha de kanjis para nomes reconhecíveis pela sociedade.

Tal interseção entre liberdade de escolha e o impacto social destaca um debate complexo sobre identidade e conformidade no Japão contemporâneo, no qual os nomes refletem não apenas a individualidade, mas também são intrínsecos às expectativas culturais e sociais.

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