Twitch abandona mercado da Coreia do Sul e acende alerta no Brasil; entenda
Plataforma de streaming de games anunciou saída do mercado coreano após cobrança de taxas para custear infraestrutura de rede.
Na quarta-feira (6), a Twitch anunciou a saída de seu mercado da Coreia do Sul e a notícia repercutiu também no Brasil.
A decisão da plataforma de streaming de games gerou um debate sobre os efeitos negativos da possível taxação da rede de telecomunicações no país.
A permanência da Twitch na Coreia já tem data marcada para acabar. O serviço só vai durar até o dia 27 de fevereiro de 2024.
A decisão foi motivada pela necessidade de repassar os custos de infraestrutura de rede para os serviços e conteúdos digitais, o chamado “network fee”.
A notícia foi repercutida durante o evento “Aliança pela Internet Aberta”, realizado no último dia 6, quarta-feira, em Brasília.
A ideia é evitar a implementação da proposta de taxação defendida pelas grandes empresas de telefonia, que atualmente pleiteiam o compartilhamento de custos.
A reação da Twitch na Coreia, no entanto, surgiu como um alerta de possíveis consequências imediatas, caso esse tipo de iniciativa seja aprovado no Brasil.
O cancelamento da operação de empresas grandes, como a plataforma de streaming de games, é capaz de gerar impactos econômicos imediatos.
Uma ‘decisão difícil’
Twitch funcionará na Coreia do Sul até 27 de fevereiro de 2024. Foto: Reprodução
A Twitch anunciou a medida, alegando que havia sido uma ‘decisão difícil’. No entanto, enfatizou que manter a operação na Coreia do Sul se tornou algo “proibitivamente caro” e que demanda um “esforço significativo”.
“Embora tenhamos diminuído os custos destes esforços, as nossas taxas de rede na Coreia do Sul ainda são dez vezes mais caras do que na maioria dos outros países”, ressaltou a Twitch, por meio de nota assinada pelo CEO da empresa, Dan Clancy.
O grande argumento das companhias de telefonia é que as plataformas de conteúdo digital não realizam investimentos em infraestrutura de rede e que, embora o uso seja múltiplo e beneficie diversos negócios, o custo disso recai apenas sobre uma das partes.
Porta-voz da ‘Aliança Pela Internet Aberta’, o ex-deputado federal Alessandro Molon destacou os impactos de uma possível cobrança.
“Onde isso foi adotado, que é o caso da Coreia do Sul, os prejuízos foram grandes. A qualidade dos serviços de internet diminuiu, em vez de melhorar. Foi o único país que adotou isso e a experiência deu errado”, expôs.