VR não rende? Comer fora no Brasil ficou 70% mais caro na última década
Almoço médio custa R$ 46,60 em 2023. Nesse cenário, o vale-refeição é essencial para equilibrar o orçamento dos trabalhadores, que enfrentam desafios econômicos.
Uma pesquisa recente da Ticket, marca de vale-refeição e alimentação da Edenred Brasil, revelou que os brasileiros estão gastando 70% a mais para fazer refeições fora de casa em comparação com uma década atrás.
O preço médio de uma refeição na hora do almoço subiu de R$ 27,36 em 2014 para os atuais R$ 46,60.
Esses números fazem parte da Pesquisa +Valor da Ticket, que analisou cerca de 4,5 mil estabelecimentos de alimentação em todo o Brasil.
Enquanto os preços das refeições aumentaram em todo o país, a região Sudeste liderou o aumento, pressionando os valores médios.
As regiões Sul, Nordeste, Norte e Centro-Oeste, por outro lado, tiveram aumentos mais modestos e ritmos mais lentos em comparação com as correções inflacionárias.
Nos últimos dez anos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou um aumento de 68,2%.
No entanto, as variações de preço nas refeições em diferentes regiões do Brasil apresentaram diferenças.
No Centro-Oeste, o custo das refeições aumentou 60,0%, enquanto que no Sudeste, o aumento foi de 77,7%.
A região Sul apresentou o segundo maior aumento, com 66,5%, seguida pela região Norte, com 62%, e o Nordeste, com 61,4%.
As disparidades regionais refletem o desafio enfrentado pelos trabalhadores em diferentes partes do Brasil quando se trata de custos de alimentação fora de casa.
A diretora de produtos da Ticket, Natália Ghiotto, observa que os estabelecimentos de alimentação fizeram esforços para evitar repassar custos extras aos consumidores.
Apesar dos desafios econômicos enfrentados, incluindo a pandemia de covid-19, esses números destacam a capacidade de adaptação dos negócios em um ambiente econômico volátil.
Essa resistência dos estabelecimentos em manter os preços acessíveis é também um reflexo da importância de manter a alimentação fora de casa viável para os trabalhadores.
A pesquisa pode ser uma ferramenta valiosa para as empresas que desejam planejar benefícios para seus funcionários e fazer ajustes nos valores oferecidos.
Imagem: GettyImagem/Reprodução
Trabalhadores enfrentam desafios mesmo com vale-refeição
Enquanto os preços das refeições fora de casa aumentam, os trabalhadores enfrentam desafios crescentes em relação ao seu vale-refeição.
Uma pesquisa recente do Instituto +Valor mostra que, em média, o saldo do vale-refeição dos trabalhadores brasileiros dura apenas 12 dos 22 dias úteis do mês.
Este levantamento, baseado no saldo médio dos clientes da empresa de vale-refeição e vale-alimentação Ticket, destaca o crescente desafio que os trabalhadores enfrentam para manter uma alimentação adequada durante o expediente.
Os valores ideais do vale-refeição variam significativamente por região do país.
A pesquisa considera o valor ideal com base na porcentagem da renda dos trabalhadores que seria comprometida com a alimentação, caso não recebessem o benefício.
Em média, os trabalhadores brasileiros gastam 35% de sua renda com alimentação, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Impacto da inflação
Os dados do IBGE mostram que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulou 68,2% entre 2014 e 2023.
Se os preços médios das refeições fossem corrigidos de acordo com a inflação, um almoço completo custaria, em média, R$ 46,19.
Em um momento em que a economia e os custos de vida estão sob escrutínio, garantir que os trabalhadores tenham acesso a refeições de qualidade durante o trabalho é uma prioridade essencial para as empresas e as autoridades governamentais.
A busca por soluções que garantam uma alimentação acessível e adequada para os trabalhadores continua sendo um desafio importante.
O aumento significativo nos preços das refeições fora de casa está criando desafios para os trabalhadores brasileiros, que agora gastam uma parte substancial de sua renda em alimentação.
O vale-refeição torna-se essencial para equilibrar o orçamento, mas o acesso a uma alimentação adequada transforma-se em um desafio em um cenário de preços crescentes.
O debate sobre como garantir que os trabalhadores tenham acesso a refeições de qualidade e acessíveis torna-se crucial em um momento de aumento dos custos de vida e desafios econômicos.