Vince Gilligan ESCULHAMBA uso de IA em roteiros
Criador de 'Breaking Bad' fala sobre seu receio quanto ao uso da tecnologia para substituir a criatividade humana.
Vince Gilligan, mente criativa por trás das séries aclamadas pela crítica, “Breaking Bad” e “Better Call Saul”, expressou recentemente sua preocupação acerca do impacto da inteligência artificial na indústria cinematográfica.
Ele demonstrou uma preocupação bastante evidente em relação à ideia de máquinas, como o ChatGPT, dominarem a escrita de roteiros ou reproduzirem atuações de artistas que já não estão mais entre nós.
Gilligan critica o uso de inteligência artificial em roteiros
Imagem: Shutterstock/Reprodução
Durante um diálogo com a Variety, Gilligan não escondeu sua perplexidade com as potencialidades dessa tecnologia. Ele comparou o ChatGPT a um equipamento doméstico:
“Acho que o ChatGPT sabe o que está escrevendo, assim como uma torradeira sabe que está fazendo torradas.”
Apesar disso, o que realmente preocupa Gilligan é o conceito da criatividade, uma característica inerentemente humana. Nesse sentido, ele encara a inteligência artificial mais como uma estratégia comercial do que como um avanço genuíno que beneficie a humanidade.
Além do mais, Gilligan alega que há uma ansiedade crescente na indústria do entretenimento sobre a possibilidade de máquinas substituírem talentos humanos. Ele ainda destaca que o uso de inteligência artificial para “recriar” atores já falecidos é preocupante.
O criador finaliza suas críticas argumentando que a tecnologia, em vez de ser uma ferramenta de progresso, pode estar contribuindo para divisões e distrações cada vez mais crescentes na sociedade.
Tecnologia em excesso?
A discussão sobre inteligências artificiais substituindo potencialmente seres humanos em campos criativos não é novidade. Porém, quando isso vem de um profissional tão respeitado como Gilligan, essas preocupações ganham um novo peso.
Ele destaca que, por trás desse avanço tecnológico, há um desejo de magnatas do setor de ampliar seus lucros em detrimento da qualidade de vida de seus subordinados.
Gilligan, no entanto, não está totalmente desprovido de esperança. Em meio às suas críticas à dependência tecnológica, ele expressa sua fé na humanidade: acredita que, ao final, as pessoas perceberão os perigos potenciais do excesso de tecnologia em suas vidas e tomarão medidas para restaurar o equilíbrio.
Concluindo, Vince Gilligan espera que, apesar do ritmo acelerado da inovação tecnológica, a humanidade reconheça a importância de manter sua essência e criatividade intactas. Nas palavras dele:
“As pessoas não querem viver em um cenário infernal caótico e, no final das contas, as pessoas prevalecerão. Elas levantarão a cabeça dos smartphones e dirão: ‘Isso foi longe demais. Chega dessa bobagem’.”