Ele existe mesmo? Escócia lança megaoperação à procura do monstro do lago Ness
Enigma do lago Ness instigou a imaginação do mundo por décadas. Agora, uma operação promete finalmente revelar a verdade por trás dessa intrigante figura.
Ao menos uma vez na vida você já deve ter ouvido falar do Monstro do lago Ness. Essa criatura misteriosa já foi mencionada em diversas séries e filmes. Até hoje, pessoas postam em suas redes sociais relatos de aparições dessa temível criatura.
Tentando provar a existência desse suposto animal, pesquisadores e estudiosos decidiram iniciar uma operação de busca pelo monstro escocês no último dia 26 de agosto. Essa operação já se configura como a maior realizada nos últimos 50 anos.
Por sua vez, os investigadores não pouparam recursos, já que investiram em drones equipados com scanners térmicos, barcos com câmeras infravermelhas e hidrofones, além de outros materiais de busca.
Os scanners térmicos serão usados para identificar eventuais anomalias. Já com os hidrofones, será possível detectar qualquer grito incomum nas águas do lago, que possui 56 km² e 240 metros de profundidade.
Alan McKenna, membro da equipe de buscas da Loch Ness Exploration, uma instituição formada por voluntários que organizou a “caçada” do último sábado, compartilhou um pouco sobre os objetivos do grupo.
“Nosso objetivo sempre foi gravar, estudar e analisar todos os tipos de comportamentos e fenômenos naturais difíceis de explicar”, afirma Alan McKenna.
Além de Alan, outros membros da equipe e pessoas que assistiram à busca deram seus relatos. Paul Nixon, diretor-geral do Loch Ness Centre, afirma o seguinte:
“Não sei o que é. Só sei que há algo grande no lago Ness. Vi imagens de sonar de objetos do tamanho de vans se movendo debaixo d’água.”
A turista francesa de 21 anos, Tatiana Yeboah, estava visitando o lago quando a operação começou. Sobre isso, a jovem relata:
“Pode ser um mito, pode ser real… Gosto de pensar que é algo intermediário.”
Mil relatos
Foto: Veja/Reprodução
A lenda do “Monstro do Lago Ness” existe há muitos anos. Pesquisas indicam que os povos celtas, que viviam naquela região na época, esculpiam em pedras uma misteriosa criatura que possuía nadadeiras.
Escrito em 565 d.C., o primeiro relato que mencionava o monstro foi encontrado na biografia do monge irlandês São Columba, evangelizador da Escócia no século VI. Ele afirmou ter mandado o monstro se afastar daquelas águas.
Anos depois, em maio de 1933, um jornal local publicou uma matéria dizendo que um comerciante da região e sua esposa tinham visto “uma enorme onda” enquanto caminhavam às margens do lago.
Sete meses depois, em dezembro do mesmo ano, um caçador chamado Marmaduke Wetherell foi contratado pelo jornal britânico The Daily Mail para encontrar a criatura. Na época, Wetherell disse ter encontrado pegadas grandes do monstro, mas, mais tarde, foi comprovado que eram falsas.
Em 1934, um ano após o caso das pegadas, Robert Wilson, um médico inglês, tirou uma fotografia que, anos depois, ficou conhecida como a “foto do cirurgião”. Na imagem, era possível enxergar um pescoço longo e a cabeça do monstro emergindo da água.
Assim como nos outros relatos, tempos depois, foi provado que a fotografia era, na verdade, uma montagem. Pelo menos, ela serviu para que a popularidade do Lago Ness se espalhasse por todo o mundo.
De acordo com as informações do Loch Ness Centre, até o momento, já foram registrados mais de 1.100 relatos de observações de “Nessie”, a mística criatura que habita o lago Ness e que, anualmente, gera milhões de libras para a economia escocesa por meio do turismo.
Réptil marinho?
Ao longo dos anos, milhares de cientistas e entusiastas do assunto têm procurado provas da existência do grande peixe que vive nas profundezas do Lago Ness. Alguns acreditam que ele possa ser um réptil marinho, semelhante ao plesiossauro.
Em 1972, o Loch Ness Investigation Bureau realizou uma das maiores buscas no local até hoje, porém a operação não obteve sucesso. 15 anos mais tarde, a Operação Deepscan implantou um sonar em toda a extensão do lago. Os investigadores presentes na busca afirmaram ter encontrado um “objeto não identificado de tamanho e força incomuns” no fundo do lago.
Em 2018, foi realizado um estudo do material genético do Lago Ness para descobrir quais organismos vivem em suas águas, contudo não foram encontrados muitos organismos além de inúmeras enguias.
“Este fim de semana nos dá a oportunidade de explorar as águas de uma nova forma e mal podemos esperar para ver o que encontraremos”, disse Nixon.