Crise financeira muda cenário da televisão brasileira em 2023
Emissoras brasileiras de TV enfrentam críticas por demissões de talentos reconhecidos na tentativa de equilibrar finanças.
Foto: JESHOOTS/Pexels
Se existe algo que provoca muito burburinho e polêmica, certamente são as demissões de artistas e jornalistas conhecidos da elite da TV brasileira. Emissoras como Globo, SBT, Record e várias outras têm sido alvo de críticas e revolta após dispensarem profissionais amplamente reconhecidos no cenário televisivo.
Não é surpresa para ninguém que muitos quadros e formatos de programas que eram populares desde os primórdios da televisão brasileira já não têm o mesmo apelo e popularidade entre o público, especialmente em pleno 2023.
Por isso, milhares de emissoras buscam se renovar e apostam em novos quadros e formatos, para se aproximarem cada vez mais do gosto do público atual. Essa mudança já pode ser percebida há algum tempo, como, por exemplo, na Rede Globo.
Mudanças nas emissoras
A emissora passou por uma repaginada em seus programas e, principalmente, em seus apresentadores. Um grande exemplo disso é Fausto Silva, o famoso Faustão, que após 32 anos trabalhando na emissora, migrou para a Band, enquanto seu lugar na Globo foi ocupado por Luciano Huck.
Mas não é só a Globo que está buscando por mudanças e evoluções. Recentemente, a Record deu início a uma onde de demissões, com a justificativa de estar passando por um “período de reformulação”.
Entre os nomes dispensados do canal estão, Janine Borba, Patrícia Costa e Roberto Thomé. Alguns internautas especulam que a emissora do bispo Edir Macedo esteja passando por uma complexa e difícil turbulência financeira que afeta não somente a Record, mas também outras emissoras.
Edir Macedo é líder da Igreja Universal do Reino de Deus, e muitos apontam que a locação de horários pela entidade religiosa seja suficiente para equilibrar as contas ou que a renda doada nas ofertas pelos fiéis da igreja seja o bastante para socorrer a emissora.
Ao que parece, a Record, assim como a Globo, Rede TV, SBT e todas as outras emissoras, será obrigada a mudar suas estratégias e se reestruturar para garantir a sobrevivência do negócio e vencer os desafios econômicos.
Essas redes de TV já notaram que o faturamento mais relevante vem da venda dos espaços nos intervalos dos programas e de produtos associados à programação, como a assinatura de serviços de streaming, que vem crescendo nos últimos tempos.
Entretanto, o maior gasto dessas emissoras é em relação ao aumento no custo das produções e operações de programas, novelas, quadros especiais, entre outros. Está cada dia mais caro manter emissoras no ar.
O dinheiro entra, mas as despesas estão altas e onerosas, o que torna inviável a obtenção de lucro. A Globo passou por essa situação recentemente, pois apesar de ter alcançado receitas de R$ 15,1 bilhões em 2022, o melhor resultado em vários anos, registrou um prejuízo de R$ 41 milhões ao considerar o pagamento de juros, impostos e outras obrigações financeiras.
A solução encontrada pelas emissoras brasileiras, infelizmente, tem sido abrir mão de grandes talentos para buscar equilibrar suas finanças. Sobre as demissões do canal, a Record em nota oficial afirmou:
“Os desligamentos foram necessários, mas com respeito ao ser humano acima de tudo, em conformidade com as leis e regras trabalhistas.”
Apesar do menor lucro e, algumas vezes, até prejuízo, segundo informações, as cinco maiores emissoras brasileiras não correm o risco de falência, já que a maioria delas possui reservas e investimentos bancários.