Universo é um ser vivo capaz de pensar? Estudo desafia a realidade que conhecemos

Entenda os principais pontos defendidos por físicos teóricos e cosmologistas.

Um estudo recente realizado pela Universidade de Minnesota Duluth, publicado no arXiv (um dos principais sites de artigos acadêmicos e científicos), sugere uma ideia audaciosa: o Universo em que vivemos pode ser um ser pensante que governa tudo ao nosso redor.

O autor do estudo, o especialista em cosmologia Vitaly Vanchurin, propõe a possibilidade de que o Universo inteiro seja, essencialmente, uma rede neural.

Para compreender essa ideia intrigante, é necessário entender o conceito de redes neurais, semelhantes aos cérebros humanos. Vanchurin explora as equações da mecânica quântica e da mecânica clássica que descrevem o comportamento do mundo conhecido.

Ele afirmou que essas equações mostram semelhanças com o funcionamento de redes neurais. A seguir, compreenda as razões.

O Universo pensa?

A física teórica Sabine Hossenfelder destaca a similaridade morfológica entre o sistema neural do cérebro humano e os filamentos cósmicos, sugerindo que o Universo pode funcionar como uma rede neural que aprende, pensa, evolui e transmite informações.

Imagem: Nasa/JPL/Divulgação

Essa pesquisa segue a linha de pensamento da interpretação de Bohm, que propõe uma teoria de variáveis escondidas. Nessa perspectiva, o estado dos neurônios de uma pessoa pode apresentar outras variações, pois, em teoria, todos os neurônios podem se conectar uns aos outros, expandindo o sistema de maneiras não restritas.

Hossenfelder postula que “somos pensadores dentro de um pensamento”, levando em consideração a possibilidade de que o Universo esteja vivo e pensando. Portanto, não seríamos os únicos seres pensantes nele.

Durante décadas, os físicos têm buscado conciliar áreas de estudo com pontos de vista opostos sobre o tempo: a mecânica quântica e a relatividade geral. Enquanto a mecânica quântica considera o tempo como absoluto e universal, a teoria da relatividade geral, proposta por Einstein, define o tempo como relativo e ligado ao tecido do espaço-tempo.

O estudo sugere que as redes neurais criadas artificialmente podem exibir comportamentos similares às duas teorias universais. O documento afirma que essas redes não apenas podem ser úteis para analisar sistemas físicos ou descobrir leis físicas, mas também demonstram como o mundo realmente funciona.

Resumidamente, ambas as teorias coexistem nas redes neurais pensantes. Até o momento, não havia uma conexão estabelecida entre essas duas correntes da Física. Embora a mecânica quântica seja geralmente aplicada em escalas pequenas, e a relatividade geral seja utilizada em escalas maiores, as duas não costumam ser combinadas no contexto da cosmologia, como mostrado no estudo.

Esse estudo desafia nossas concepções convencionais sobre o Universo e nos leva a questionar a natureza da realidade. Embora a ideia de um Universo como um ser pensante possa parecer insana à primeira vista, como o próprio autor sugere, ainda não podemos descartá-la completamente.

À medida que continuamos a explorar os mistérios do cosmos, talvez encontremos respostas surpreendentes que redefinam nossa compreensão do Universo que habitamos.

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