A Netflix já teve sucesso várias vezes ao investir em romances focados ao público adolescente, como os filmes “Para Todos os Garotos que Já Amei” e “A Barraca do Beijo”. Ambas surgiram de livros e, por terem sido muito bem recebidas pelo público, se tornaram uma série de filmes.
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Agora, com o filme “Através da Minha Janela”, é possível que aconteça o mesmo. Afinal, o longa segue a mesma fórmula dos filmes já citados: foi baseado em um romance de Ariana Godoy e foca, principalmente, no público adolescente. Caso seja bem recebido pelos espectadores, a Netflix pode garantir mais dois filmes. Já que o livro, no qual o filme foi baseado, é a primeira parte de uma trilogia, que poderá ser a base para possíveis sequências do longa.
Todas essas características apontam os holofotes para “Através da Minha Janela”, despertando a possibilidade de que se torne a mais nova febre da Netflix. Por ser um filme voltado ao público adolescente, o roteiro aborda uma série de temas comuns a esse tipo de produção, como romances proibidos e a figura do garoto rebelde que é desejado por todas as garotas.
Fica claro através da sinopse que nem todo mundo vai se identificar com o filme, que reproduz uma série de estereótipos que igualam as características de um primeiro amor com características de um relacionamento tóxico. A própria premissa do filme gira em torno da adolescente de origem humilde Raquel (Clara Galle), que se apaixona por seu vizinho Ares Hidalgo, um jovem rico que parece fazer aquilo que bem entende com as garotas de sua idade.
Não é preciso raciocinar muito para ligar os pontos, apesar do filme não enrolar muito para consumar o romance entre os jovens, o que todos esperam ao assistir, ainda pode passar uma mensagem errada por ter uma idealização de relacionamentos tóxicos. Não é porque o filme tem um grande potencial de fazer sucesso que ele seja recomendado.
Há pouca coisa que se salva no novo filme da Netflix
Apesar da mensagem arriscada que o filme pode passar, é possível fazer alguns destaques positivos ao filme. Uma delas é a atuação de Clara Galle, que consegue transmitir, de forma convincente, a experiência de ter tantas contradições, isso é muito evidente em uma personagem que consegue ser muito inocente ao mesmo tempo em que, por vezes, é obsessivamente persecutória.
Infelizmente, isso vai se perdendo ao longo da trama, assim como aconteceu com a protagonista Dakota Johnson em “Cinquenta Tons de Cinza”. Isso acontece, principalmente, nos diálogos, que passam a ter cada vez menos naturalidade. Ao menos, é algo que se apresenta na personagem, ao contrário de seu parceiro de cena, Julio Peña, que não se destaca muito além de sua presença física.
Apesar de fazer isso de uma maneira um tanto quanto óbvia demais, pelo menos, o filme tenta se transportar de seus estereótipos de masculinidade e relacionamentos românticos iniciais para modos mais vulneráveis e realistas ao longo da trama.
Para resumir a história, “Através da minha janela” tem um enorme potencial de ser o mais novo sucesso da Netflix e dar início a uma nova saga de filmes. Obviamente, contando que, para o público, seja mais importante retratar de maneira rasa as paixões e experiências sexuais da adolescente. Quem estiver esperando um romance mais bem escrito, com uma história que tenha a capacidade de se sustentar para além das cenas românticas e de sexo, pode acabar se decepcionando.