João de Deus recebe sentença adicional de 99 anos de prisão
O suposto médium João de Deus recebeu uma nova sentença pela Justiça de Goiás e teve 99 anos adicionados a sua detenção.
João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus, é um médium brasileiro que ganhou notoriedade internacional. Ele ficou famoso por, supostamente, realizar curas e cirurgias espirituais sem anestesia e procedimentos físicos, atraindo milhares de seguidores e pacientes de todo o mundo.
João de Deus estabeleceu a Casa de Dom Inácio de Loyola, um centro de cura espiritual localizado em Abadiânia, Goiás, Brasil. No entanto, após graves denúncias, o médium passou a ser investigado.
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Foto: Getty Images
Em seu centro espiritual, pessoas de diferentes origens buscavam tratamento para doenças físicas, emocionais e espirituais. O médium afirmava incorporar espíritos de médicos e entidades espirituais para realizar suas práticas de cura.
No entanto, em 2018, surgiram acusações de abuso sexual contra João de Deus. Centenas de mulheres relataram terem sido vítimas de abuso sexual durante as sessões espirituais conduzidas por ele. As denúncias geraram um escândalo e levaram à sua prisão em dezembro de 2018.
Na última segunda-feira (10), a Justiça de Goiás condenou o médium a 99 anos de prisão pelos crimes de violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.
Para essa sentença, João de Deus foi acusado por oito vítimas, as quais denunciaram que sofreram os abusos entre 2010 e 2018. O abusador também terá que pagar R$ 100 mil às vítimas por danos morais.
O advogado de defesa de João de Deus, Anderson Van Gualberto, falou à Agência Brasil e informou que ainda não tinha sido notificado oficialmente sobre a nova sentença, mas que deve recorrer.
“A defesa técnica ainda não foi intimada das sentenças. Caso essa nova sentença adote a mesma metodologia das anteriores, estará fadada a reforma pelos tribunais superiores, uma vez que seu conteúdo está em desacordo com a nossa legislação penal. Em assim sendo, a defesa aguardará ser intimada para recorrer”, declarou Gualberto.