Escritor cria manifesto para destruir histórias em quadrinhos ruins; entenda
Chabon venceu o Pulitzer com “As Incríveis Aventuras de Kavalier Clay” e promete ensinar como contar histórias em quadrinhos.
A indústria dos quadrinhos é extremamente tradicional não só no Brasil, mas no mundo todo. Sua história passa por diversos momentos e é marcada pelo surgimento de inúmeros personagens, como super-heróis e outras figuras conhecidas do meio cinematográfico.
Mas, por volta dos anos 2000, os quadrinhos viviam uma enorme incerteza, uma vez que a expansão da tecnologia e, consequentemente, a diminuição da procura e do interesse dos leitores pelos impressos causava um certo receio nas editoras, e alguns empresários chegaram até a temer irem à falência.
Diante das oscilações e dúvidas, surge Michael Chabon, trazendo consigo o resgate da riqueza do espírito dos quadrinhos e mostrando verdadeiramente o que era uma HQ.
Quem é Michael Chabon?
Foto: Reprodução
O escritor americano Michael Chabon é mestre em escrita criativa pela Universidade da Califórnia. Em sua rica trajetória, escreveu livros de muito sucesso, como “As Incríveis Aventuras de Kavalier e Clay”, sendo inspirada na história de uma ilusionista e escapista do desenhista Jim Steranko, que atuou na revista de Nick Fury e S.H.I.E.L.D, rendendo o Prêmio Pulitzer a ele em 2001.
Chabon também esteve nas aventuras do “Escapista”, realizou também alguns roteiros para o cinema, como o texto de “Homem-Aranha 2”, por exemplo. Além disso, trabalhou em causas judaicas no The New York Times.
Sobre seu manifesto
O texto escrito por Michael Chabon aborda as razões verdadeiras de os leitores mais velhos terem desistido de ler quadrinhos, além do fato de o público mais jovem nem se interessar.
Um dos pontos presentes no manifesto aborda a questão de as editoras terem criado uma competição de consumo com itens tecnológicos, enfatizando que tanto a Marvel quanto a DC já estavam pecando na qualidade com seus leitores.
A seguir, destacamos alguns trechos do manifesto:
“Muitos editores dirão a você que há muita competição pelo dinheiro pueril hoje em dia, e que os quadrinhos inevitavelmente perderão para videogames, filmes carregados de efeitos especiais, Internet etc. Sinto muito, embora haja certa verdade nessa afirmação, eu simplesmente não a aceito.”
“Acho que é uma desculpa insatisfatória.”
“Nos primórdios dos quadrinhos, de fato, ao contrário de agora, havia todo tipo de coisa para fazer, que, além de divertir, não exigia a supervisão de um adulto e era absolutamente gratuita. E não há competição com o que é de graça.”
Esses são alguns trechos do manifesto de Michael Chabon a respeito do que ele considera ser o fracasso das HQs.