Professora de Harvard adverte: crianças estão se tornando 'pessoas que agem como robôs'
Os parâmetros de criação dos filhos mudaram drasticamente nos últimos 20 anos, e esse tipo de mudança não poderia deixar de afetar o comportamento das gerações seguintes.
Há muitos estudos e pesquisas sendo levantados pela comunidade de especialistas em comportamento e pedagogia. Mas um assunto em especial tem sido considerado preocupante para alguns desses profissionais – especialmente, para uma professora de Harvard, que não tem medo de apontá-lo publicamente.
Rebeca Rolland, psicóloga e professora de Harvard, está levantando questões sobre os atuais costumes na criação dos filhos que podem ser assustadores se forem ignorados.
Mudança na formação das crianças
A forma de criar os filhos mudou drasticamente nos últimos vinte anos – em grande parte devido ao novo estilo de vida hoje e pelo modo como essa vida saltou tecnologicamente em pouco tempo.
Esses fenômenos das novas gerações são comuns, mas não deixam de “acionar o alarme” quando os comportamentos são moldados sem bases fundamentais. E aí pode estar a origem do problema.
“Pessoas que agem como robôs” é a maneira como Rebeca Rolland descreveu o comportamento das crianças de hoje. Em seu recente livro, “The Art of Talking with Children”, a professora explora as chaves para estimular a criatividade e melhorar os laços familiares com as crianças simplesmente por meio de conversas – e aí está o ponto focal.
A especialista explica um ponto que está afetando o desenvolvimento de crianças:
“Existem conversas superficiais entre pais e filhos, mas observo que pouco tempo é gasto em conversas mais profundas de escuta plena.”
“Há muitas pesquisas sobre isso que dizem que, se aproveitarmos essas conversas do dia a dia e as tornamos grandes oportunidades de aprendizado, essas conversas podem ser usadas com muito mais eficácia e nós podemos melhorar nossas vidas”, continua Rolland, em entrevista recente.
Conselho da professora ao conversar com crianças
Ainda no decorrer da entrevista, a professora falou sobre a desconexão entre adultos e crianças:
“Acho que, com nossas vidas ocupadas de trabalho, damos muita importância às conquistas e ao desempenho das crianças, mas muitas vezes esquecemos o que isso significa. É ser menino ou ser menina, é ser uma pessoa em desenvolvimento e em pleno aprendizado.”
Por fim, ela acrescenta uma observação a respeito da experiência na infância e a importância de ter conversas sem nenhum propósito prático, apenas para expandir os pensamentos e viver o momento presente:
“Podemos simplesmente ignorar tudo que essa geração está absorvendo [ou deixando de absorver] ou caminhar e olhar para o que estamos vendo e melhorar.”