Fique atento! Animais domésticos podem aumentar a transmissão de superbactérias
Humanos e animais podem sofrer com bactérias semelhantes, segundo pesquisas.
Uma das principais preocupações entre os cientistas e pesquisadores de bactérias é o momento em que elas se tornam resistentes ao medicamento. Por isso, uma investigação recente destaca a transmissão de superbactérias por animais domésticos para os humanos.
Bactérias super-resistentes
Estudantes do Centro de Estudos em Lisboa desenvolveram um estudo para analisar o compartilhamento de patógenos entre os animais e seus donos e de transmissão de superbactérias por animais domésticos.
Sobre a pesquisa
A amostra contou com 78 pessoas, cinco gatos e 38 cães que residiam em Portugal. Da Inglaterra, participaram apenas cães, sendo ao todo sete, e oito humanos. Para análise, foram utilizadas as amostras das fezes de todos os participantes em busca de Enterobacterales, as quais são resistentes a medicamentos antibióticos comuns.
O foco de análise se deu em torno daquelas resistentes às cefalosporinas de terceira geração, comumente usadas para tratar meningite, por exemplo.
Os resultados apontaram que os gatos (3), cães (21) e humanos (28) possuíam Enterobacteriales. Além disso, o material genético isolado, presente nos animais de estimação, era similar ao dos humanos.
A principal conclusão dos pesquisadores é que os animais podem aumentar a disseminação de bactérias resistentes. Por isso, devem ser incluídos nas avaliações e no tratamento.
Esse é um achado importante para a prevenção de superbactérias. A resistência aos antibióticos é um problema grave para a população, visto que em média as infecções por essas superbactérias já matam 700 mil pessoas por ano no mundo.
Mas esse número ainda pode aumentar se as precauções não forem tomadas corretamente até 2050. Pelo cálculo da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de mortos pode alcançar aproximadamente dez milhões.
A proliferação desses micro-organismos resistentes é uma das grandes ameaças para os seres humanos e animais.
Para ajudar a evitar a infecção
As práticas de higiene simples devem incluir a lavagem correta das mãos, principalmente após manipular os materiais de higiene e depois da coleta de fezes dos gatos e cachorros.
Entre os dias 15 e 18 de abril, os resultados dessa pesquisa foram apresentados no congresso de Microbiologia em Copenhague.