‘Onde’ ou ‘aonde’? Entenda de uma vez como utilizar os pronomes!
Apesar de serem palavras muito similares, elas possuem significados diferentes. Confira aqui como utilizá-las corretamente.
Ambos os pronomes “onde” e “aonde” são palavras que existem no vocabulário do Brasil e estão corretas do ponto de vista gramatical. No entanto, ainda que sejam semelhantes, elas possuem significados completamente distintos.
Por esse motivo, utilizar esses pronomes no momento da escrita gera muitas dúvidas. Para evitar que você utilize os pronomes de forma equivocada, trazemos uma matéria que explica os significados de cada pronome e como eles devem ser aplicados no cotidiano, seja escrevendo ou falando.
Quais os significados dos pronomes ‘onde’ e ‘aonde’?
A palavra “onde” está associada a permanência e sempre vai se referir a um local. Já a palavra “aonde” também pode se tratar de um lugar, mas, neste caso, precisa estar relacionada ao movimento de ir até um local.
Para auxiliar no uso de “aonde”, lembre-se que a palavra precisará integrar frases que possuam verbos que demandem as preposições “a” ou “de”, como “ir a” e “voltar de”, por exemplo.
Para melhor ilustrar o emprego desses pronomes, confira abaixo a crônica do professor Diogo Arrais, separada pela revista Exame.
Exemplo do emprego dos pronomes no cotidiano
“A melancolia iniciou-se quando ele, João, entrou em um táxi: esta é uma situação aonde fico chateado. O senhor se atrasou demais! – vociferou o motorista. João notara, de imediato, o pronome maldito, incorreto aos moldes do padrão. Pediu a palavra, mas o motorista foi rápido: Endereço? Rua do Cais?
– Sim, seu João. Esta cidade é caótica, mas o senhor não disse a profissão onde o senhor gosta. – a paciência foi ao fim. João balançou os braços: sou bancário e bibliófilo. Amante dos pronomes. – o motorista diz, sorrindo: amante de quê?
João insiste: Dos pronomes, ué! – o taxista, demonstrando interesse, complementa: Ah, sim! Eu, tu, ele, vós… – bastou aquela pitada gramatical, para João emocionar-se: quer dizer, então, que o senhor admira os pronominais?
O diálogo escorre firme, enquanto o calor fluminense dá o tom ao papo: sou fã deles. Lembro até aquele poema de Andrade sobre o “me dá um cigarro…”
– Que maravilha! O modernismo é algo fantástico! Admiro aqueles que se esbaldam na literatura. – quase assim versifica o passageiro bibliófilo. – Estudei muito a nossa Língua, seu João. Estudei no Dom Pedro II. Recordo cada regra ali aplicada.
– Muito bem! Permite-me uma pergunta?
– Claro, seu João!
– Por que, diante de um saber tão apurado, o amigo usou, de forma tão deselegante, o pronome relativo nas duas sentenças iniciais deste educativo papo?
– De propósito, meu caro! Assim que verbalizei as sentenças, reconheci as afinidades e pude reconhecer que o senhor sofre do mesmo mal.
– Que mal?
– O vício gramatical. – bem perto do endereço, aquelas almas abraçam-se. O motorista nega-se a cobrar e corrige-se, para a surpresa naquele dia tórrido: este é o carro em que reconheço amigos de livros e de almas.“